Vítima de homofobia, jovem de 15 anos é agredido por sete alunos em ônibus
A mãe do adolescente contou que não é a primeira vez que isso acontece e que vai prestar queixa: "É um crime, uma tentativa de homicídio, uma covardia!"
Um adolescente de 15 anos foi agredido por sete estudantes dentro do transporte escolar do Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, em Camaçari, na Bahia. O caso ocorreu na última sexta- feira (25). A vítima foi socorrida pela mãe de uma colega, que também acabou sendo atingida por um dos agressores. O menino foi levado para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e, segundo as testemunhas, foi vítima de homofobia.
Em uma entrevista dado ao G1, a mãe da vítima, Mara Santana, conta o que aconteceu: “Ele saiu [da escola] por volta de 12h30, pegou o ônibus, e os garotos começaram a bater nele do Derba até o lugar em que ele saltou. Uma das mães de outra aluna, que foi atingida por um soco, pegou ele, colocou dentro da casa dela e me ligou para eu ir buscá-lo, porque os garotos ameaçavam dizendo que iam matá-lo. Aí ela segurou ele dentro de casa e mandei o pai ir buscá-lo”, disse.
“Meu filho me contou que os meninos ficaram chamando ele de ‘viado’. Ele está muito abalado, o psicológico não está bem. Está muito triste e cada hora que vê a cena, chora. Ele não aguenta mais e ontem mesmo teve muita dor de cabeça. Hoje vamos levá-lo para o Hospital Geral de Camaçari, para fazer uma tomografia, porque não sabemos o que está acontecendo. É triste, porque ninguém tem o direito de fazer isso. É um crime, uma tentativa de homicídio, uma covardia“, desabafa. As cenas são chocantes e dolorosas de assistir:
Alvo de homofobia, adolescente de 15 anos é agredido em ônibus escolar na Bahia pic.twitter.com/rZ4Jya6MS8
— Só Mídias (@MidiasSo) March 2, 2022
Mara revelou que não é a primeira vez que o menino sofre violências: “Uma semana antes, um desses adolescentes deu um murro nele, bateu nele dentro do ônibus e ele foi para a aula assim mesmo, porque esse é o único transporte que tem e ele precisa estudar. Ele relatou que sofre bullying e não é de agora. Eu não sabia! Se eu soubesse, já tinha tomado uma providência. Acho que ele não falou por medo. Estou muito triste”. A Secretaria Municipal de Educação disponibilizou auxílio jurídico e psicológico/social à família e à vítima.
A mãe contou que o filho ainda está recebendo ameaças via Instagram e que providências precisam ser tomadas pelas autoridades. A família diz que irá prestar queixa. Por ora, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) está acompanhando o caso e lançou uma nota de repúdio ao ocorrido.