Saber poupar sua energia e usá-la melhor pode salvar sua saúde mental
Depositar sua energia e dedicação em situações e relações que te fazem mal pode gerar desgaste e prejudicar sua relação consigo mesmo

ocê já parou para pensar em quanto tempo, dedicação e energia você gasta com coisas que, na verdade, não estão te fazendo bem? Entre a nossa galera, sintomas ansiosos como estresse, cansaço e esgotamento estão sendo cada vez mais comuns e pode ser que a sua energia mental tenha muito a ver com isso.
Quando falamos de gastar ou poupar energia, abrangemos a energia mental que todos temos para encarar os desafios da vida, cuidarmos de nós mesmos, praticar os afazeres e, basicamente, viver. O desgaste acontece, segundo a psicóloga especialista em crianças e adolescências Luciana Inocêncio, quando ficamos sobrecarregados mentalmente, termo que designa situações estressantes e que geram ansiedade, tristeza, raiva e tensão.
Nas relações com nossos familiares, amigos, namorados ou até no trabalho, o desgaste emocional pode vir quando esses relacionamentos são um “gatilho para sentimentos negativos, ativando mecanismos como a necessidade de agradar, o medo da rejeição ou a culpa, o que compromete a saúde mental“, aponta a especialista.
Nesses casos, a psicóloga lista como reações físicas ao desgaste emocional sentimentos como “sensação persistente de fadiga sem causa física, ruminação mental (pensamentos repetitivos sobre a pessoa ou situação), queda de produtividade, sensação de opressão antes de interações com determinadas pessoas e despersonalização (sentir-se desconectado de si mesmo)”.
E não estamos falando somente de ambientes tóxicos ou de tensão, tá? Sem perceber, podemos ter, ao nosso redor, relacionamentos que também nos sobrecarregam e desgastam nossa energia mental. Parecer algo simples, mas ter sua energia desgastada pode impactar negativamente outras áreas da sua vida, como o lazer, o estudo e até as relações com as pessoas que você ama – sem energia, todas essas atividades podem se tornar um peso extra, ao invés de um descanso.
Então como consigo selecionar com o que gastar minha energia, CH?
“O primeiro passo é o autoconhecimento, entendendo o que você gosta ou não”, aponta Inocêncio. Segundo a psicóloga, com o reconhecimento da sobrecarga, é possível estabelecer limites mais saudáveis no relacionamento que o desgasta. Algumas estratégias indicadas pela especialista:
- Dizer “não” sem culpa e sem a necessidade de justificativas;
- Evitar a hiperexposição a redes sociais;
- Priorizar atividades que promovem bem-estar, como sono adequado, exercícios e momentos de lazer e economia mental”.
Essas ações são nomeadas pela especialista como de “economia mental”, o que, “em termos psicológicos, trata-se da capacidade de gerenciar nossos recursos emocionais e afetivos, respeitando nossos limites, nosso autocuidado e nosso amor-próprio”, aponta.
Além disso, outra estratégia indicada por Inocêncio para promover o autoconhecimento e, consequentemente, poupar a energia mental, é se questionar “isso me aproxima de quem eu quero ser? Eu me sinto bem após essa escolha? Estou agindo por desejo ou por obrigação?”.
Quando aprendemos a gerenciar onde depositamos nossa energia, não só nossa saúde mental é protegida e sensações ruins evitadas, como também impulsionamos nossa relação com o que nos fazem bem. Afinal, ao entender o que faz mal, as relações positivas ganham mais destaque e são elas que devemos priorizar.
E você, já tinha parado para pensar sobre como gasta sua energia?