Reino Unido vai banir “cura gay” e promete maior apoio à comunidade LGBTQ+
Faz três anos que prometeram banir as tais "terapias de reorientação sexual", mas parece que agora finalmente a lei será oficializada
Na manhã desta terça-feira, 11, o primeiro ministro britânico Boris Johnson anunciou que o Reino Unido vai banir a “terapia de conversão” e oferecer maior apoio às pessoas da comunidade LGBTQIA+ que foram submetidas ao tratamento, segundo ele, formado por “práticas abomináveis que podem causar danos físicos e mentais”. A proposta faz parte da agenda urgente pós-pandemia.
Em 2018, a ex-primeira ministra Theresa May havia prometido a proibição legal da popular “cura gay”, mas o projeto meio que foi esquecido na fila do pão. Justamente por isso, o partido de Johnson começou a ser pressionado para que enfim criasse a lei, como haviam prometido para a população há três anos.
Alguns líderes religiosos já se opuseram à decisão de erradicar essas “terapias” que visam suprimir ou até mesmo mudar a orientação sexual e/ou a identidade de gênero de alguém. Segundo eles, isso passaria por cima de questões religiosas e de como tais religiões encaram assuntos envolvendo a comunidade LGBTQIA+. Em resposta, o ministro Boris Johnson disse que: “Garantiremos que profissionais médicos, líderes religiosos, professores e pais possam continuar a ter conversas abertas e honestas com as pessoas”.
No Brasil, apesar de o Conselho Federal de Psicologia ter banido as “terapias de reorientação sexual” há mais de 20 anos, algumas brechas na Constituição, principalmente aquelas que favorecem questões ligadas à Religião, apesar de o Estado ser na teoria laico, fazem com que até hoje pessoas tenham que enfrentar a “cura gay”, que “não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico”, conforme comunicado do Conselho Federal de Psicologia.
Vale ressaltar que a homossexualidade só foi retirada da lista de patologias da Organização Mundial da Saúde em 1992.