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Programa online e gratuito busca conectar meninas com a tecnologia

As inscrições estão abertas até o dia 7 de abril para garotas de 16 a 18 anos. Não é necessário ter conhecimento prévio na área, viu?

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 18h52 - Publicado em 15 mar 2023, 21h43

Já pensou em se tornar uma profissional de tecnologia? As inscrições do Conectadas, programa gratuito que promove imersão digital de meninas em temas de tecnologia, estão abertas até o dia 7 de abril, por meio de um formulário digital. A realização do curso é do Mercado Livre em parceria com o {reprograma}, uma iniciativa de impacto social com foco em ensinar programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica.

Podem participar jovens de 16 a 18 anos que se identificam com o gênero feminino. E fique tranquila: não é necessário ter conhecimento prévio na área. Muita vontade de aprender já é o suficiente! Meninas de escolas públicas ou bolsistas de escolas particulares têm prioridade e o programa espera ter pelo menos 50% de jovens pretas, pardas e indígenas.

A associação equivocada entre tecnologia e o universo masculino continua a distanciar as meninas de TI. Uma pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento Yocto, sobre os principais desafios de mulheres em tecnologia, revelou que 78% das entrevistadas já sofreram preconceito, sendo nas empresas em 61% dos casos, seguido por 36% no ambiente escolar e 32% em processos seletivos.

Diante desse cenário, o Conectadas busca, então, aproximar garotas do ecossistema tecnológico e fornecer ferramentas e autoconfiança para que elas criem soluções inovadoras para os desafios que identificam nas suas comunidades, tudo isso por meio da educação.

Como vai ser o curso

Serão 16 encontros, 100% online, totalizando 54 horas de aprendizado, por meio de painéis, oficinas, palestras e interação entre as alunas. Durante a imersão, as jovens passarão pelo processo de identificação de uma necessidade, pesquisa, desenho de uma solução e desenvolvimento de um protótipo para testá-la e melhorá-la.

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Elas poderão ainda contar com o acompanhamento de mentoras do Mercado Livre e da {reprograma}, sendo também uma ótima oportunidade de conhecer e se conectar com mulheres que já atuam neste segmento. Um dose de inspiração e networking é sempre bom, né?

Vem ver os conteúdos de transformação digital abordados no curso:

  • Economia 4.0
  • Sustentabilidade
  • Design da experiência do usuário
  • Análise de dados
  • Desenvolvimento de projetos e negócios digitais,
  • Marketing
  • Comunicação digital
  • Introdução a HTML

E aí? Bora se inscrever? Clique aqui para saber como participar.

É um desafio ser menina – e querer entrar no universo da tecnologia

Ainda existe um forte estereótipo de gênero quando o assunto é inserção de meninas brasileiras em STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), segundo o levantamento  ”Meninas brasileiras e a inserção em STEM: um abismo no presente e horizonte para o futuro” divulgado nesta semana pela plataforma ‘Força Meninas’. 

No Brasil, apenas 13% das vagas em computação e tecnologia são ocupadas por mulheres. No mundo, 28% ocupam esses espaços. Quando olhamos para a ocupação feminina de vagas em engenharia e produção industrial o percentual é menos díspar: 21,6% no Brasil, e, 27% ao redor do mundo (mesmo assim, bem distante do ideal, né?).

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Segundo o levantamento, as meninas enfrentam dificuldades ainda crianças, para adentrar esse universo. Não à toa, 44% delas consideram a Matemática a matéria mais difícil, enquanto apenas 28% dos meninos dizem o mesmo. 

Apesar disso, elas consideram Matemática como uma das disciplinas mais importantes de todo o currículo estudantil. Educação financeira, Defesa pessoal/ Primeiros socorros, Português e Ciências aparecem logo na sequência.

A pesquisa identificou que há cinco passos que precisam ser melhor trabalhados para que, cada vez mais, as mulheres consigam ocupar esses espaços:

  • Combater estereótipos e violências de gênero;
  • Promover ambientes educacionais que incentivem o desenvolvimento de novas habilidades;
  • Desenvolver a mentalidade estimulando a curiosidade, a prática e a ampliação de interesses;
  • Criar ações que reconheçam as suas conquistas nessas áreas;
  • Ajudar meninas a enxergar/ utilizar essas áreas como ferramentas para mudarem seus mundos;

Além disso, a necessidade de melhoria na estrutura das escolas e cidades, com maior cobertura de internet, por exemplo, também foi apontada como algo que ainda dificulta o acesso de meninas a áreas mais tecnológicas.

No estudo, foram conduzidas 230 entrevistas com meninas, entre 10 e 18 anos, de 17 escolas espalhadas em todas as regiões brasileiras – 10 escolas públicas e 7 particulares. Também foi conduzido um questionário quantitativo que angariou 1.232 respostas entre meninas e meninos de 10 e 17 anos entre escolas públicas do Sudeste e Nordeste do país.

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