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Primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus é confirmado no mundo

Homem de 33 anos que contraiu Covid-19 em abril volta a testar positivo para o vírus em agosto

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 23h39 - Publicado em 24 ago 2020, 16h59

Nesta segunda-feira (24/8), cientistas de Hong Hong confirmaram o primeiro caso de reinfecção por coronavírus do mundo. “Um paciente aparentemente saudável e jovem teve um segundo caso de infecção pela Covid-19 diagnosticado 4 meses e meio depois do primeiro episódio” disseram os pesquisadores da Universidade de Hong Kong no artigo publicado pela revista científica Clinical Infectious Diseases.

Fiordaliso/Getty Images

Ao analisar o material genético do vírus, foi possível identificar que a segunda infecção foi causada por um linhagem diferente, o que ajudou a entender que não se tratava de um resquício da Covid-19. “Nossos resultados provam que a segunda infecção é causada por um novo vírus que ele adquiriu recentemente, em vez de uma disseminação viral prolongada”, afirmou  Kelvin Kai-Wang To, da Universidade de Hong Kong, para o The New York Times.

De acordo com os pesquisadores, a cepa da segunda infecção é parecida com a que que circulou na Europa entre julho e agosto, enquanto a da primeira foi registrada entre março e abril. Da primeira vez, o homem de 33 anos teve sintomas leves, enquanto na segunda ficou assintomático. Ele só foi diagnosticado porque precisou realizar um teste no aeroporto, quando voltava da Espanha, no dia 15 de agosto.

O primeiro caso de reinfecção é um fato importante que fez os cientistas de Hong Kong questionarem quanto tempo as pessoas que contraíram a doença estarão imunes e qual será a duração de uma vacina. “Nossos resultados sugerem que o Sars-CoV-2 pode continuar a circular entre os humanos apesar de uma imunidade coletiva baseada em infecções“, disseram.

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Outra questão levantada pelo primeiro caso de reinfecção foi a possibilidade do coronavírus se tratar de uma endemia, ou seja, uma doença que se manifesta com frequência em algumas regiões do planeta, como o HIV. Maria van Kerkhove, líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que é possível que esse seja o primeiro caso de reinfecção, mas lembrou que até o momento acredita-se que todos que são infectados pelo coronavírus desenvolvem alguma imunidade e que resta saber por quanto tempo e em que nível dura essa resposta imunológica.

Em relação à vacina, essa descoberta não deve ter implicações no desenvolvimento das substâncias, entretanto, deve fazer com que os pesquisadores repensem o tempo de proteção oferecida. Para Brendan Wren, professor de patogênese microbiana da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, “esse é um exemplo muito raro de reinfecção e não deve diminuir o impulso global para desenvolver vacinas”, disse em entrevista a BBC.

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