Poupamos afeto e somos os primeiros a arrancar defeitos do outro
Em sua coluna na CH, a influenciadora Gabie Fernandes reflete sobre elogios verdadeiros que... acabam se perdendo.
Elogio não é dólar, podemos gastar sem medo, viu? A maioria das pessoas tem apego pelas palavras de carinho, não agrada ninguém por nada! Ou pior, só em “ocasiões especiais”, como se estar vivo, por si só, não fosse a coisa mais especial do mundo.
Esses dias, conversando com um amigo, cheguei no ápice do horror ao descobrir que ele não fala “eu te amo” todos dias. Puxei na memória e não me recordei do dia que passei sem expressar meu amor profundo pela minha mãe, irmão, sobrinha, por amigos próximos…
Pode ser que eu tenha um amor meio frouxo mesmo, mas nunca raso. Sempre que digo as três palavrinhas mágicas é porque de fato eu estou sentindo, mas é verdade que tenho facilidade nesse sentir.
Me entristece ver que somos tão bons em falar mal e tão maus em falar bem. Elogiar muito é sinal de falsidade, enquanto reclamar demais é sinal de exigência. Que mundo é esse que a gente vive, em que os elogios verdadeiros se perdem no meio da angústia?
Poupamos palavras de afeto e somos os primeiros a arrancar defeitos do outro.
Eu cansei desse jeito “mais ou menos” de levar as relações e hoje, para cada reclamação que faço, eu me proponho a elogiar cinco vezes. Pode ser o sorriso da moça do caixa, o perfume do senhor parado no elevador comigo ou a música nova de um amigo. Se eu sinto no coração que aquilo é verdade, eu exponho.
Amor também é hábito, também pode ser aprendido, só precisa ser exercitado.