Poluição no Rio Tietê diminui por causa da pandemia pela 1ª vez em 10 anos
Há uma década que o curso Tietê não apresentava melhora na qualidade da água; entenda!
Os saldos positivos da pandemia de coronavírus são duvidosos. Afinal, em uma Brasil com mais de 4.500.000 de casos da doença e mais de 137.000 mortes até o momento, não dá para dizer que o saldo é realmente positivo, mesmo que o meio ambiente esteja ganhando um respiro motivado pela quarentena e pelo isolamento social, que já está sendo flexibilizado no país. Depois da Bacia de Guanabara, no Rio de Janeiro, mostrar indícios de uma melhora na qualidade da água, foi a vez do Rio Tietê, em São Paulo, registrar uma redução de sua poluição.
De acordo com levantamento feito pela organização SOS Mata Atlântica, publicado no relatório “Observando o Tietê”, nos últimos 12 meses, a mancha de 150 Km de extensão que paira sobre o rio não apresentou piora. Pelo contrário! Em dez anos, é a primeira vez que uma melhora é registrada.
No relatório mais recente, trechos que anteriormente eram classificados como mortos, hoje evoluíram de péssimos para ruins. A qualidade da água melhorou consideravelmente em 94 Km. É importante destacar, contudo, que um trecho de 44 Km entre São Paulo e Barueri não foi analisado. Apesar disso, Malu Ribeiro, gerente da SOS Mata Atlântica, pontua que, “dessa vez, mesmo que fosse considerado o trecho inteiro, a condição estaria ruim, não péssima”.
O avanço parece apenas razoável, mas é histórico! Há uma década que o curso Tietê não apresentava melhora na qualidade da água. Para Malu Ribeiro, não resta dúvida de que os hábitos do ser humano modificados pela pandemia, o chamado “novo normal”, impactou nisso. “As pessoas ficaram mais em casa, teve menos lixo na rua, que assim não foi para os rios, e houve menor pressão sobre os recursos hídricos por parte das atividades industriais e do agronegócio”, explicou a gerente no relatório.
Um exemplo de rio despoluído a ser seguido é o Tâmisa, na Inglaterra, conhecido antigamente como “O Grande Mau Cheiro”. Em 50 anos, após um investimento gigantesco por parte dos governantes, o rio biologicamente morto, como foi declarado em 1957 pelo Museu de História Natural de Londres, reviveu. Hoje, é possível fazer passeios de barco por trechos dele e animais que há muito não eram avistados em suas águas e mananciais retornaram ao habitat. Não é um projeto simples, mas despoluir um rio é possível com a ajuda conjunta do governo, da população e das indústrias.