Phoebe Bridgers defende aborto legal, critica machismo e caso Johnny Depp
Em entrevista, a artista queridinha da Gen Z lamentou como a questão do aborto seguro é elitizada e disse que considera sentir ódio algo saudável
Phoebe Bridgers é a capa da edição de outubro da Teen Vogue! A cantora, de 28 anos, que tem sua própria gravadora, a Saddest Factory Records, e está indo superbem na turnê do seu álbum indicado ao Grammy, o Punisher, se mostrou superengajada em discussões sociais. A norte-americana se abriu sobre diversos assuntos relevantes, como o aborto legal, o machismo na indústria do entretenimento e o caso Johnny Depp, e desabafou sobre fazer as pazes com o sentimento de raiva, que, para ela, é saudável.
Para quem não sabe, Phoebe se mostrou uma forte ativista na causa envolvendo o aborto, inclusive protestando contra a Suprema Corte dos EUA após alteração da lei “Roe v. Wade”, que garantia a constitucionalidade do procedimento. Na ocasião, ela disparou: “F*da-se essa merda, fod*-se a América. Como todos esses filhos da put* irrelevantes tentando nos dizer o que fazer com nossos corpos”.
Foi também a primeira vez que a artista falou publicamente sobre o assunto e compartilhou com a internet que havia se submetido a um aborto. Ela disse que estava muito ansiosa, pois sempre odiou ir ao médico, mas que no fim ocorreu tudo bem. “Eu também odeio ter pessoas perto de qualquer parte sensível do meu corpo, então eu já estava nervosa. No final, porém, foi supertranquilo”, contou a Teen Vogue.
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Seu posicionamento sobre o aborto
Ao compartilhar seu relato, Bridgers pretendia quebrar todo o estigma envolvendo a pauta, e ressaltar como a questão do aborto seguro é elitizada e um caso de saúde pública.
“Acho que as pessoas brancas de classe média e alta sempre terão acesso à assistência médica e ao aborto seguro. Seja voando [para outro estado] ou acessando organizações do caralh*”, disse. Ela ainda finalizou sua fala demonstrando carinho por organizações que facilitam o procedimento para pessoas que têm o acesso dificultado – ou até mesmo inexistente.
A cantora declarou: “Não deixe ninguém te tirar do sério a respeito do aborto, porque, ao menos que você esteja fazendo isso de uma maneira insegura, existem recursos para você que estiver tentando obter um – e você deveria conseguir, qualquer que seja o motivo”.
A artista conquistou de vez os holofotes e se consolidou como ícone com a chegada do movimento #MeToo, no outono de 2017, ao lançar uma música sobre seu relacionamento com um cara bem mais velho que ela.
Durante a conversa sobre o movimento de combate à violência contra a mulher na indústria cinematográfica, o caso de Johnny Depp e Amber Heard tornou-se pauta, pois, na época em que estava sendo televisionado, Phoebe saiu em defesa da atriz: “Se Amber Heard exibisse qualquer comportamento neurótico, ele era usado contra ela. Então, Johnny Depp, admitiu algumas das coisas mais violentas e loucas no tribunal e, de alguma forma, as pessoas não ficaram surpresas?!”, questionou.
Para ela, toda a repercussão do caso foi revoltante: “Ele foi tratado como uma guerra de fãs. Rindo de alguém chorando no tribunal? Foi nojento”, desabafou.
“Acho que houve essa falsidade – e acho que as pessoas queer estão incluídas nisso – de ter que ser a vítima perfeita, ou a sobrevivente perfeita, ou a representação perfeita para sua comunidade marginalizada”
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A raiva é combustível
Phoebe Bridgers não tem medo de dar o seu recado e usar as redes sociais, e seu destaque na mídia, para lutar por aquilo que acha certo. Exatamente por isso, hoje a artista é a queridinha da geração Z e da comunidade LGBTQIA+, por usar sua voz para falar e cantar causas tão relevantes para o mundo.
E por mais revoltante que as coisas possam parecer, Bridgers acredita que, às vezes, a violência é uma resposta. Não aquela que é cruel na essência, mas aquela que promove a mudança diante de cenários insustentáveis. “Sinto que o ódio é realmente saudável. Está tudo bem estar com muita raiva”, encorajou a norte-americana.
Dá-lhe, Phoebe!