5 mitos sobre criatividade e como driblar os bloqueios criativos
Você já parou para pensar o que ela significa e como é possível desenvolvê-la?
Criatividade é nossa habilidade de criar coisas, muitas vezes do zero. Ela é movida por cinco elementos: a capacidade de associação, o questionamento, a observação, o compartilhamento espontâneo de ideias (conhecido como brainstorming) e a experimentação. Mas nem sempre as coisas fluem assim, não é mesmo?
“A criatividade é um lapso de momento que advém de um cérebro com muitas conexões”, explica o médico Fabiano de Abreu Agrela, PhD em neurociências, mestre em psicologia e cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler. Para ele, nosso poder criativo é alimentado desde a infância através de ligações cerebrais.
Um cérebro acelerado tem muitos pensamentos diversos e, entre eles, pode surgir uma ou outra ideia criativa, só que a maioria tende a cair em esquecimento, se não anotada ou verificada. Quantas vezes você já se sentiu com a mente sobrecarregada ou com tantas ideias na cabeça que acaba ficando mais confusa do que objetiva? Pois é.
O volume de informações a que somos submetidas hoje em dia é gigante. E é também por isso que é preciso quebrar aquele primeiro mito de que quanto mais usamos o cérebro, melhor. E a Capricho quer te ajudar a entender quais são os principais mitos da criatividade e como driblar bloqueios criativos. Vem com a gente.
Segundo o especialista, nosso cérebro precisa ser sempre estimulado e desenvolvido, é verdade, mas desacelerar pontualmente é tão importante quanto treiná-lo. Ouviu bem?
“Os momentos de silêncio, qualidade do sono, autoconhecimento e relaxamento são importantes para ter mais pensamentos e, com eles, mais acesso às memórias para pensamentos criativos”, alerta Abreu Agrela.
Outro mito que precisa ser quebrado é sobre os bloqueios criativos. Sim, eles existem. Não, eles não são o fim do mundo e podem ser driblados pela alimentação e prática de exercícios físicos.
“É recomendado usar menos as redes sociais, e ter mais interações físicas e mentais com pessoas fora do ambiente virtual. A ginástica cerebral também ajuda. Ou seja, pratique técnicas de memorização e use a lógica no dia a dia [fazendo contas sem usar a calculadora, palavras-cruzadas, sudoku, etc]. Controlar a ansiedade também ajuda no processo criativo, uma vez que ela é inimiga das novas ideias”, afirma o médico.
O terceiro mito a ser quebrado é relacionado à própria explicação sobre o que é a criatividade. Afinal, não existe um conceito definido sobre ela. “A ciência ainda não tem dados 100% conclusivos sobre a criatividade, assim como o entendimento sobre ela diverge”, conta o cientista, que aproveita para quebrar mais um mito sobre o assunto: “A criatividade está, sim, relacionada à inteligência”.
Ele explica que o processo criativo acontece na mesma região do cérebro vinculada à inteligência, e que estudos já revelaram que pessoas com QI alto têm essas regiões cerebrais mais desenvolvidas, sendo assim mais criativas – o que não significa que tenham ideias melhores do que outras pessoas.
Ficou claro que exercitar sempre o cérebro, mas ter momentos de descanso, é fundamental, certo? Só não podemos nos esquecer de que a criatividade depende também do estado emocional e sentimental da pessoa. É exatamente por isso que, quando passamos por um momento difícil de vida e nos sentimos pra baixo, tristes, ansiosos, confusos, sobrecarregados, sofremos com mais mais episódios de bloqueios criativos. E quando temos um prazo para entregar uma ideia, ficamos mais ansiosos ainda e, consequentemente, temos menos ideias. Por isso, lembre: respirar é preciso!