5 mitos sobre criatividade e como driblar os bloqueios criativos

Você já parou para pensar o que ela significa e como é possível desenvolvê-la?

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 16h04 - Publicado em 21 abr 2022, 10h02

Criatividade é nossa habilidade de criar coisas, muitas vezes do zero. Ela é movida por cinco elementos: a capacidade de associação, o questionamento, a observação, o compartilhamento espontâneo de ideias (conhecido como brainstorming) e a experimentação. Mas nem sempre as coisas fluem assim, não é mesmo?

“A criatividade é um lapso de momento que advém de um cérebro com muitas conexões”, explica o médico Fabiano de Abreu Agrela, PhD em neurociências, mestre em psicologia e cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler. Para ele, nosso poder criativo é alimentado desde a infância através de ligações cerebrais.

Ilustração do topo de uma cabeça cortado com várias caixinhas de ideia saindo do cérebro

Um cérebro acelerado tem muitos pensamentos diversos e, entre eles, pode surgir uma ou outra ideia criativa, só que a maioria tende a cair em esquecimento, se não anotada ou verificada. Quantas vezes você já se sentiu com a mente sobrecarregada ou com tantas ideias na cabeça que acaba ficando mais confusa do que objetiva? Pois é.

O volume de informações a que somos submetidas hoje em dia é gigante. E é também por isso que é preciso quebrar aquele primeiro mito de que quanto mais usamos o cérebro, melhor. E a Capricho quer te ajudar a entender quais são os principais mitos da criatividade e como driblar bloqueios criativos. Vem com a gente.

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Segundo o especialista, nosso cérebro precisa ser sempre estimulado e desenvolvido, é verdade, mas desacelerar pontualmente é tão importante quanto treiná-lo. Ouviu bem?

“Os momentos de silêncio, qualidade do sono, autoconhecimento e relaxamento são importantes para ter mais pensamentos e, com eles, mais acesso às memórias para pensamentos criativos”, alerta Abreu Agrela.

Outro mito que precisa ser quebrado é sobre os bloqueios criativos. Sim, eles existem. Não, eles não são o fim do mundo e podem ser driblados pela alimentação e prática de exercícios físicos.

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É recomendado usar menos as redes sociais, e ter mais interações físicas e mentais com pessoas fora do ambiente virtual. A ginástica cerebral também ajuda. Ou seja, pratique técnicas de memorização e use a lógica no dia a dia [fazendo contas sem usar a calculadora, palavras-cruzadas, sudoku, etc]. Controlar a ansiedade também ajuda no processo criativo, uma vez que ela é inimiga das novas ideias”, afirma o médico.

O terceiro mito a ser quebrado é relacionado à própria explicação sobre o que é a criatividade. Afinal, não existe um conceito definido sobre ela. “A ciência ainda não tem dados 100% conclusivos sobre a criatividade, assim como o entendimento sobre ela diverge”, conta o cientista, que aproveita para quebrar mais um mito sobre o assunto: “A criatividade está, sim, relacionada à inteligência”.

Lula Molusco, do Bob Esponja, tirando o cérebro de dentro da cabeça e jogando no lixo
Tem momentos que a vontade é essa mesmo. Rs! GIPHY/Reprodução
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Ele explica que o processo criativo acontece na mesma região do cérebro vinculada à inteligência, e que estudos já revelaram que pessoas com QI alto têm essas regiões cerebrais mais desenvolvidas, sendo assim mais criativas – o que não significa que tenham ideias melhores do que outras pessoas.

Ficou claro que exercitar sempre o cérebro, mas ter momentos de descanso, é fundamental, certo? Só não podemos nos esquecer de que a criatividade depende também do estado emocional e sentimental da pessoa. É exatamente por isso que, quando passamos por um momento difícil de vida e nos sentimos pra baixo, tristes, ansiosos, confusos, sobrecarregados, sofremos com mais mais episódios de bloqueios criativos. E quando temos um prazo para entregar uma ideia, ficamos mais ansiosos ainda e, consequentemente, temos menos ideias. Por isso, lembre: respirar é preciso!

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