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Novo coronavírus pode ter circulado por décadas entre morcegos

Pesquisa realizada por cientistas aponta que o SARS-CoV-2 talvez seja parente de um vírus e surgido entre 1948 e 1982

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 23h45 - Publicado em 4 ago 2020, 13h30

Um estudo publicado na revista científica Nature Microbiology acredita que a linhagem do vírus da Sars-Cov-2 pode estar em circulação silenciosa entre morcegos há décadas. A pesquisa é resultado de uma parceria entre cientistas dos Estados Unidos, da China, da Bélgica e do Reino Unido.

Daniel Bretzmann/EyeEm/Getty Images

“Descobrimos que os sarbecovírus, subgênero viral que contém SARS-CoV e SARS-CoV-2, passam por recombinação frequente e exibem diversidade genética espacialmente estruturada em escala regional na China”, explicaram os pesquisadores, que afirmam ter encontrado linhagens ancestrais do novo coronavírus também no Quênia e na Bulgária.

Para determinar a origem do vírus, os pesquisadores tentaram traçar sua árvore genealógica, o que é uma missão difícil, levando em conta as trocas de materiais genéticos. Os pesquisadores usaram três técnicas que indicaram o parente mais próximo do corona, um vírus chamado RaTG13, identificado em morcegos. “A proximidade genética do SARS-CoV-2 e do RaTG13 mostra que é provável que o atual surto de COVID-19 tenha tido origem com um morcego”, diz o artigo.

Entretanto, quando a questão é em qual data o novo vírus pode ter aparecido, as técnicas apontaram datas diferentes: 1948, 1969 e 1982. “As evidências atuais são consistentes com o vírus ter evoluído em morcegos, dando origem a variantes capazes de se replicar no trato respiratório superior de humanos e pangolins”, diz a pesquisa.

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Os cientistas acrescentaram que é difícil prever esse tipo de surto por causa da “diversidade existente e da dinâmica de recombinação entre linhagens”. Foi reforçada ainda a necessidade da criação de uma “rede global de vigilância para doenças em seres humanos, como aquela que identificou o tipo único de pneumonia em Wuhan em dezembro de 2019, que nos deu a capacidade de sequenciar com rapidez os genomas e identificar o novo coronavírus”.

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