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‘Nova’ adolescência, que agora vai até os 24 anos, gera polêmica

Sociólogos estão dizendo que isso vai infantilizar ainda mais alguns adultos e torná-los acomodados. Será?

Por Isabella Otto 22 jan 2018, 12h07
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Divulgação/CAPRICHO

Pesquisadores australianos publicaram recentemente um estudo na revista científica Lancet Child & Adolescent Health que está dando o que falar! De acordo com eles, a adolescência agora vai dos 10 aos 24 anos – e não mais dos 14 aos 19, como estava anteriormente decretado. Fatores biológico e culturais foram decisivos para a tomada da decisão.

Divulgação/Divulgação

Segundo os cientistas, anteriormente, o hipotálamo costumava liberar os hormônios sexuais por volta dos 14 anos de idade, quando o corpo do jovem realmente começa a mudar de forma perceptível. Com o avanço da ciência, a mudança nos hábitos alimentares e a evolução natural do corpo humano, as mudanças estão acontecendo cada vez mais cedo. É por isso que, hoje, muitas meninas menstruam pela primeira vez por volta dos 10 anos de idade.

Além disso, os jovens estão demorando mais para sair da casa dos pais. Você já deve ter escutado que a Geração Z não quer saber de comprar bens materiais, como casas e carros, e prefere viajar, certo? Apesar de isso não ser uma máxima, ou seja, não valer para todos os jovens que nasceram depois dos anos 2000, foi um ponto crucial para que os cientistas percebessem através de estudos que as pessoas estão estudando até ficarem mais velhas (às vezes, até emendando uma faculdade na outra) e não trabalhando nas “horas vagas”. Como o trabalho está ficando em segundo plano, os jovens estão demorando mais sair da casa dos pais e encontrando alternativas no empreendedorismo, como criar canais no YouTube ou lojas online. O problema é que, nem sempre, o lucro é alto e constante. Logo, eles não têm uma renda própria regular.

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“Apesar de muitos privilégios legais da vida adulta começarem aos 18 anos, a adoção das responsabilidades e do papel de adulto geralmente acontece mais tarde”, escreveu Susan Sawyer, diretora do Centro para a Saúde do Adolescente do Hospital Royal Children’s, em Melbourne, na Austrália, no estudo publicado. Em contrapartida, alguns sociólogos já estão se manifestando contra essa determinação de aumentar oficialmente a idade que marca o fim da adolescência. Para eles, isso pode deixar os jovens-adultos ainda mais acomodados e gerar uma infantilização geral de pessoas que já deveriam ter mais maturidade.

Reprodução/Reprodução

E aí, o que acha disso tudo? Gosta da ideia de ser adolescente até os 24 anos ou acha que isso pouco muda na sua vida?

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