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Menos radical? Talibã já proíbe mulheres afegãs de praticarem esportes

A medida faz parte de uma série de restrições que as afegãs estão sendo submetidas no país desde que o grupo extremista voltou ao poder

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 17h12 - Publicado em 9 set 2021, 16h05

Em entrevista a uma rede de TV australiana, um dos líderes culturais do Talibã, Ahmadullah Wasiq, afirmou que as mulheres serão proibidas de praticar esportes no Afeganistão. Segundo Wasiq, as afegãs não poderão praticar mais modalidades que “exponham seus corpos”, além de o esporte feminino ser algo desnecessário e inapropriado.

Mulheres afegãs vestem véu que cobre o rosto inteiro. Menina ao centro usa véu que cobre apenas o cabelo e olha para a câmera.
Paula Bronstein / Equipe/Getty Images

“Eu não acho que será permitido às mulheres jogar críquete, porque não é necessário que as mulheres joguem críquete. No críquete, elas podem estar em situações em que o rosto e o corpo delas não estejam cobertos, e o Islã não permite que elas sejam vistas dessa forma”, afirmou.

“É a era da mídia, e haverá fotos e vídeos, e então as pessoas assistirão. O Islã e o Emirado Islâmico [Afeganistão] não permitem que as mulheres joguem críquete ou pratiquem o tipo de esporte em que ficam expostas“, complementou Wasiq, dessa vez ao The Guardian.

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De acordo com o jornal inglês, a Seleção de Críquete do Afeganistão não recebeu nenhum comunicado oficial do Talibã sobre o assunto mas confirmou que o programa de formação para mulheres já foi suspenso. Atletas estão escondidas desde que o grupo extremista voltou ao poder e algumas relataram ameaças de combatentes casos sejam vistas jogando.

A declaração de Wasiq acontece ao mesmo tempo em que um novo governo provisório, formado apenas por membros do Talibã e sem mulheres, começou a trabalhar nesta quarta-feira, 8. O  Departamento de Estado dos EUA e a União Europeia manifestaram preocupação diante do gabinete. “Não parece uma formação inclusiva e representativa em termos da rica diversidade étnica e religiosa do Afeganistão que esperávamos ver e que o Talibã prometeu nas últimas semanas”, disse um porta-voz da União Europeia.

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