Manchas de óleo já atingem quase 70% das cidades litorâneas do Nordeste
Mapeamento recente realizado pelo Ibama mostra que manchas de petróleo cru continuam a se alastrar pela costa. Estariam elas vindo do fundo do oceano?
Uma atualização sobre as manchas de óleo que cobrem boa parte do litoral nordestino prova que a situação está cada dia mais complicada – e distante de ser solucionada. O mais recente balanço divulgado pelo Ibama mostra que 409 locais já foram atingidos pelo petróleo.
No início desta semana, o óleo chegou ao Espírito Santo, atingindo um local de desova de tartarugas. O ES é o primeiro estado do Sudeste afetado.
O Ministério da Saúde também ressalta o fato de o Nordeste ter 153 municípios, sendo que, pelo menos, 104 foram afetados até o momento. Ou seja, o equivalente a 67,9% da região. Apesar de as especulações mostrarem que o vazamento deve ter ocorrido em Pernambuco, a Bahia é o estado mais afetado.
No Rio de Janeiro, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) trabalha desde a última segunda-feira, 11, preparando equipes para o caso de as manchas desceram com as correntes marítimas do Espírito Santo e chegarem ao estado.
O petroleiro grego, um dos principais suspeitos do vazamento até agora, segue negando seu envolvimento no maior crime ambiental do litoral brasileiro. Até em navios fantasmas estão falando! Certezas ainda são poucos, tirando a de que as manchas poluentes estão se estendendo ao longo de toda a costa do Brasil.
Na última terça-feira, 12, o pesquisador Humberto Barbosa, do Lapis (Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites), disse que identificou um vazamento em forma de meia lua com 55 km de extensão, vindo do fundo do oceano. A análise mostraria algo novo relacionado ao desastre, já que, até então, acreditava-se que o petróleo estava localizado na superfície. “Levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal”, disse o pesquisador. A Marinha, contudo, nega que essa mancha localizada por Barbosa tenha relação com as manchas de óleo em questão. “De imediato, nós tivemos a confirmação de que o óleo não era brasileiro. Isso confirmou: não há exsudação de fundo de oceano, não há problema de plataforma ou terminais nossos ou dos nossos navios”, disse um representante do órgão à Globonews.