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Bolsonaro reforça que óleo vazado é criminoso e que “pior está por vir”

O maior crime ambiental da história do litoral brasileiro parece estar longe de ser solucionado

Por Isabella Otto Atualizado em 8 jul 2020, 11h41 - Publicado em 4 nov 2019, 14h02

No último domingo, 3, em entrevista à Rede Record, Jair Bolsonaro se manifestou mais uma vez sobre o vazamento de óleo no Nordeste, que, segundo pesquisas realizadas pela Marinha, ocorre desde julho, apesar de as manchas só terem chegado à costa no início de setembro. O presidente fez questão de reforçar que o desastre é criminoso e que “falta apenas bater o martelo” sobre as últimas descobertas feitas sobre a origem do petróleo.

Valerie Loiseleux/Getty Images

Bolsonaro se refere ao mais recente estudo divulgado pela Marinha Brasileira, que identificou o petroleiro grego Bouboulina, que partiu da Venezuela no dia 15 de julho com destino à Malásia, como o principal suspeito pelo derramamento. Agostinho Cascardo, delegado da Polícia Federal do Rio Grande do Norte, disse que as autoridades do Brasil têm indícios suficientes da autoria do crime. “O que nos falta são as circunstâncias, se é doloso, se é culposo, se foi um descarte ou vazamento”, garantiu.

A empresa Delta Tankers Ltd., responsável pelo cargueiro, contudo, nega as acusações. Representantes disseram que o navio “chegou ao seu destino sem problemas durante a viagem e descarregou toda sua carga sem perdas”.

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O presidente Jair Bolsonaro não se mostrou esperançoso sobre a limpeza das praias. “O pior ainda está por vir”, disse, referindo-se à quantidade de óleo que chegou à costa brasileira, segundo relatos da Marinha e do Ibama, ainda muito pequena se comparado com o total derramado.

Até confirmar-se a origem do petróleo, autoridades e voluntários seguem fazendo a limpeza das praias afetadas, mais de 140, até o momento. O setor econômico e de turismo do Nordeste se mostram preocupados com toda a situação, já que a alta temporada está chegando e muitos cancelamentos de reserva já estão sendo feitos devido à poluição da água de alguns dos principais cartões postais do Brasil e destinos de Ano Novo, como São Miguel, em Alagoas, Jericoacoara, no Ceará, e Praia do Forte, na Bahia. 

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