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Lula x Bolsonaro: quais são as principais propostas para o meio ambiente?

Amazônia acima de tudo? Votar pela floresta não é simplesmente um slogan de campanha; é uma necessidade da nação!

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 15h26 - Publicado em 22 out 2022, 10h36
  • Hoje, não quer compartilhar uma música, mas quero compartilhar uma voz. A de Tom Jobim falando sobre a Mata Atlântica. Assista aqui com carinho e atenção. Sábias palavras do sábio Tom no documentário “Visões do Paraíso”.

No próximo dia 30, 2º turno das Eleições 2022, nós temos um trato: votar pela Amazônia. E quando eu digo isso, não estou dizendo votar apenas pela maior floresta tropical do planeta – o que já seria um argumento e tanto! -, mas votar em nome do meio ambiente, que, nos últimos anos, sofreu com a falta de uma agenda efetiva, de fiscalização, com o negacionismo e anti-políticas públicas a favor do garimpo ilegal em terras protegidas.

Por isso, é importantíssimo analisar as propostas que os candidatos à presidência da República já apresentaram, seja no papel, seja em debates. A justiça climática e a social precisam caminhar juntas, pois, do contrário, a destruição é certa.

Debate presidencial entre Lula e Bolsonaro
Alexandre Schneider/Getty Images

O que Lula promete fazer pelo meio ambiente?

Em seu site oficial, na aba “Propostas”, o candidato tem um tópico intitulado “Brasil Sustentável”, em que lista uma série de medidas que pretende tomar, caso seja eleito: “Combater o garimpo ilegal, as queimadas e o desmatamento. Recuperar os órgãos de preservação e fiscalização para defender o meio ambiente, especialmente a Amazônia. Adotar estratégia de desenvolvimento justo, solidário e sustentável”, está escrito.

Nos debates, comícios e em propagandas eleitorais, Lula sempre bate na tecla de que o desmatamento na Amazônia cresceu durante o governo Bolsonaro. O atual presidente refuta, dizendo que a taxa de desmatamento era maior no governo do petista.

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De fato, Lula assumiu o cargo com a floresta apresentando altos índices de áreas desmatadas, mas agiu. Tanto é que, ao final dos dois mandatos, a taxa de desmatamento caiu 67%, como é possível ver no gráfico a seguir. Durante os três primeiros anos de Bolsonaro no poder, o desmatamento cresceu 73%.

taxa de desmatamento ao longo dos anos
Inpe/BBC/Reprodução

Além de prometer “bloquear o desmatamento”, Lula apresentou outras propostas de conservadorismo. A seguir, você confere as principais:

  • Criar os ministérios da Pesca e dos Povos Originários
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Em debate, Lula disse que pretende recriar o Ministério da Pesca, “porque é uma vergonha um país que tem oito mil quilômetros de costa marítima, que tem 12% de água doce do mundo, a pesca estar ligada ao Ministério da Agricultura”. Além disso, falou que tem a ideia de criar um Ministério dos Povos Originários: “E o ministro não será um branco como eu. Será um indígena, homem ou mulher. Para que a gente possa valorizar. Pode ser um quilombola“, expôs.

  • Proibir o garimpo ilegal em áreas protegidas

O candidato do PT promete recuperar todas as áreas indígenas proibindo “qualquer ocupação de garimpo ilegal na Amazônia, qualquer desmatamento de maneira ilegal e qualquer plantação de qualquer produto, seja milho, soja ou cana ou criação de gado em terra que a gente tem que preservar”. Lula também disse que pretende reeducar a sociedade brasileira mostrando que a “floresta em pé é mais saudável do que tentar derrubar árvore para plantar soja, milho, cana, ou para criar gado”.

  • Estimular a agricultura de baixo carbono
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O sistema é conhecido pela sigla ILPF, que significa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Logo, ele propõe que plantações, animais e coberturas florestais naturais convivam em perfeita harmonia em um mesmo espaço, o que evita a erosão do solo, diminui o tempo de colheita e reduz os impactos do aquecimento global através da captura de gás carbônico (CO²) da atmosfera. “Nós vamos fazer com que a agricultura de baixo carbono possa fazer com que o Brasil receba, quem sabe, muito dinheiro da União Europeia e de outros países, por conta do sequestro de gás de efeito estufa que nós vamos fazer preservando a Amazônia. Nós vamos tentar fazer da biodiversidade da Amazônia uma forma de enriquecimento daquele povo“, disse Lula.

Confira mais propostas de Lula clicando aqui

 

O que Bolsonaro promete fazer pelo meio ambiente?

Caso reeleito, o atual presidente da República terá um enorme desafio pela frente. Afinal, como vimos anteriormente, seu governo foi marcado por notícias (verídicas, não fake news) sobre recordes de desmatamento, mortes de ativistas ambientais, ministro tentando usar a pandemia de coronavírus como cortina de fumaça para aprovar leis anti-ambientais e o aumento do garimpo em áreas preservadas. Ou seja, o passado não é lá muito confiável.

O alerta também se torna ainda mais vermelho quando a Frente Parlamentar da Agropecuária, que apoia Jair Bolsonaro, conquista 47% de todo Congresso Nacional, enquanto a banca pró-meio ambiente diminui 20%.

“Estimular a ampliação de políticas públicas para o desenvolvimento do agronegócio nacional” é um dos pilares de Bolsonaro. A seguir, você confere as principais propostas do candidato:

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  • Fazer a concessão de florestas para a iniciativa privada

O candidato do PL criticou ao longo do seu mandato a demarcação de terras indígenas e já deixou claro que não pretende mudar de opinião. “Dobrar a área indígena que está demarcada no Brasil é o fim da nossa economia, é o fim da nossa segurança alimentar”, disse durante debate. Justamente por isso, uma das propostas de Bolsonaro é defender a regularização fundiária e promover a concessão de florestas para a iniciativa privada como formas de contribuir para a exploração racional e sustentável da Amazônia, como consta em seu plano de governo. Para estimular as multinacionais a contribuírem com o meio ambiente, pretende “fomentar o desenvolvimento da ‘Indústria Verde’, por meio da preservação do meio ambiente e estímulo do desenvolvimento sustentável”.

  • Estimular o uso de energias limpas

Bolsonaro diz que pretende comtemplar tecnologias que geram combustíveis limpos, como é o caso do hidrogênio verde, mas sem comprometer o gás natural com alternativa para setores produtivos, como as indústrias petroquímica e de fertilizantes. Além disso, promete investir na energia eólica off-shore, obtida através da força do vento em alto-mar, onde é instalado o parque eólico. Hoje, especialistas garantem que a iniciativa ainda é bastante cara no Brasil. O investimento inicial que precsaria ser feito para iniciar uma instalação do tipo seria em torno de US$ 2,5 bilhões (mais ou menos R$ 13 bilhões).

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  • Seguir com a titularização de terras agrícolas

Durante debate, o candidato deixou claro que pretende seguir com o programa de titularização de terras agrícolas, que, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é importante, pois garante que milhares de famílias no campo, a partir do documento concedido, possam planejar o futuro, investir em atividades produtivas, conquistar autonomia e liberdade. “Fizemos pouco, mas fizemos o possível. Hoje vocês têm uma realidade que é a posse e o porte de arma estendido para o homem do campo”, disse Bolsonaro, que, com esta proposta e a paralisação da demarcação de terras indigenas, deixa claro que pretende governar em prol dos produtores rurais, prometendo incentivar uma indústria agropecuária menos nociva.

Confira mais propostas de Bolsonaro clicando aqui.

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