Ginastas alemãs aposentam o maiô na luta contra a sexualização no esporte
A atleta Sarah Voss se posicionou contra a sexualização de garotas na ginástica artística deixando o tradicional figurino de competições de lado
Na última semana, a ginasta alemã Sarah Voss desafiou as convenções ao participar do Campeonato Europeu de Ginástica Artística, em Basel, na Suíça, usando uma peça chamada unitard, um macacão de corpo inteiro, que cobre as pernas. Até então, as ginastas só usavam a peça em competições internacionais por motivos religiosos. A decisão de Sarah de abandonar o maiô, que costuma ser usado, e vestir o macacão foi uma forma de iniciar uma campanha de posicionamento contra a sexualização no esporte.
“Todas nós, mulheres, queremos nos sentir bem nas nossas peles. Na ginástica, fica cada vez mais difícil à medida que você cresce, e seu corpo muda”, disse em uma entrevista para a emissora ZDF. Para Sarah, que recebeu apoio da federação de seu país, adotar a peça durante o campeonato pode ser uma forma de inspirar outras atletas a se sentirem mais livres.
“Esperamos que as ginastas que se sentem desconfortáveis com os trajes usuais sejam incentivadas a seguir nosso exemplo (…) Muitos ginastas me escreveram dizendo que estavam felizes com o fato de o passo ter sido dado. Eu mostrei que você pode se sentir bem e ainda assim ter uma aparência muito estética”, falou a ginasta sobre a importância da campanha. As atletas Elisabeth Seitz e Kim Bui também aderiram a nova roupa como uma forma de apoiar a iniciativa. “Deve ser uma escolha da ginasta vestir o que ela (ou ele) se sente confortável”, disse Kim em seu Instagram:
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Sarah não desobedeceu nenhuma regra ao usar o macacão. Segundo a Federação Internacional de Ginástica, as ginastas podem usar peças únicas de malha com pernas compridas desde que seja um design elegante.
A jovem explicou para a BBC que não acha que todas as garotas precisam seguir seu exemplo, mas diz que cada uma pode fazer o que quiser. “Para mim, isso não significa que todas as vezes terei que usar um collant longo, depende de como estou me sentindo e como eu gostaria de me apresentar”, afirmou. Assim, a questão levantada pela atleta não é sobre qual roupa usar, mas que todas as garotas se sintam a vontade para usar o que acharem mais confortável.