Feminismo para iniciantes: o que você precisa saber sobre o movimento
Esta matéria é para você que quer conhecer o básico do básico sobre o tema.
Em várias discussões sobre feminismo que têm acontecido nos últimos anos, surge aquela clássica polêmica: reconhecer-se ou não como feminista? Para responder com segurança, é preciso saber o que essa luta realmente significa. Afinal, não dá para julgar algo que não se conhece, certo?
Montamos, então, um guia básico para quem quer compreender algumas questões básicas do movimento e sua importância. Para isso, contamos com a ajuda de três meninas poderosas que se envolvem bastante com a causa: a Rebeca Puig, do blog Collant Sem Decote; a Tiz Tulasi, da página Feminart; e a Luisa Clasen, do canal Lully de Verdade. Vem ver!
1. O QUE É O FEMINISMO?
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“É o movimento que luta pela equidade de direitos civis, políticos e econômicos entre os gêneros“, afirma Rebeca. Luisa reforça dizendo que o objetivo é que homens e mulheres tenham os mesmos direitos e deveres. Não é o contrário de machismo, porque não tem nada a ver com um ser melhor do que o outro ou merecer mais.
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Tiz defende que o feminismo prega a liberdade da mulher fazer de o que ela quiser. Por isso, ela acha que “se afirmar feminista é ter muita coragem e é ir contra todo um sistema de dominação, que privilegia os homens e foi criado por homens!”. Olha só que curioso, não?!
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2. QUANDO O MOVIMENTO COMEÇOU?
“A primeira onda do feminismo aconteceu na Inglaterra e nos Estados Unidos, no final do século XIX e começo do XX“, conta Rebeca. O movimento é marcado por várias conquistas, mas, segundo a Luisa, a maior delas foi o sufrágio (direito ao voto). “Eram mulheres de classe média e trabalhadora que queriam poder escolher seus governantes, para, assim, terem as suas pautas atendidas”, completa Rebeca.
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3. POR QUE O FEMINISMO AINDA É RELEVANTE?
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As conquistas de nós, mulheres, são muito recentes. Além disso, ainda há muuuito o que conquistar! Vamos começar com os seguintes dados apontados pela Tiz: no Brasil, a cada 10 minutos, uma mulher é estuprada, de acordo com o 9º Anúario Brasileiro de Segurança Pública. Vale ressaltar também que a cada 2 minutos ocorrem 5 espancamentos, de acordo com a Fundação Perseu Abramo, e a cada 90 minutos acontece um feminicídio (assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher), de acordo com o IPEA. Assustador, não?
“O feminismo ainda é necessário porque mudar leis não é o mesmo que mudar ideias“, afirma Luisa, que apresenta a importância do movimento relacionada aos direitos da mulher. “Pela legislação, homens e mulheres são iguais. Por que, então, a sociedade acha aceitável que as garotas é que façam os deveres domésticos e abram mão do seu direito de estudar?”, questiona.
Já Rebeca destaca situações recorrentes na vida de uma menina para ilustrar o porquê da luta feminista. “Desde muito novas, nós somos ensinadas que devemos nos portar de uma maneira recatada, falar baixo e que não podemos nos impor. Aprendemos que se um garoto implica ou bate em você, é porque ele gosta de você. O comprimento de nossas roupas é a medida do nosso valor, assim como o número de nossos namorados. Nós aprendemos que se falarmos sobre abuso, estamos criando tempestade em copo d’água e a sociedade nem sequer nos dá o benefício da dúvida: esse privilégio fica com o nosso abusador. Se saímos do relacionamento abusivo, podemos acabar mortas”. Nada disso é justo, né?!
4. SÓ EXISTE UM TIPO DE FEMINISMO?
Assim como todo movimento, há vertentes do feminismo que mudam de acordo com o posicionamento de casa mulher, que defendem conceitos um pouco diferentes. As meninas contam sobre as duas principais vertentes: o feminismo liberal e o radical.
Tiz explica que o feminismo liberal promove um debate para todos, incluisve para homens, e acredita “que as mulheres podem vencer a desigualdade das leis e dos costumes aos poucos, combatendo situações injustas pela via institucional e conquistando cada vez mais representatividade política e econômica por meio das ações individuais”.
Por outro lado, as mulheres que defendem o feminismo radical tendem a enxergar todos os homens como opressores. Logo, não há diálogo. “Essa vertente acredita que a raiz da opressão feminina vem dos papéis sociais impostos aos gêneros. As discussões promovidas partem de uma lógica quase biológica: mulheres têm vaginas, filhos e ovário; homens, não. Por isso, não tem o que discutir ou entender”.
Ter dúvidas sobre o assunto não é nenhum tipo de vergonha. Clicando aqui, você confere outra matéria que fizemos sobre o tema para você que está conhecendo o movimento agora. Procurar mais informações e conhecer diferentes pontos de vista é um ótimo ponto de partida! 😉
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