Entenda por que esse protesto feminista viralizou na web e veja os vídeos
Tudo começou no Chile, mas agora tomou as redes sociais e o mundo: "o Estado opressivo é um estuprador!"
A canção de protesto Um estuprador em seu Caminho foi criada pelo coletivo feminista chileno “Las Tesis” para marcar o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, que acontece todo 25 de novembro. Os vídeos das manifestações, iniciadas em Santiago, viralizaram nas redes sociais e foram comentados ao redor do mundo inteiro.
O grupo é integrado por quatro mulheres: Dafne Valdés Vargas, Paula Cometa Stange, Lea Cáceres Díaz e Sibila Sotomayor Van Rysseghem. Em entrevista concedida para o site Interferência, o coletivo disse que a letra nasceu da intenção de levantar pautas feministas “em um formato teórico, de uma forma simples, sensível e pegajosa”. Sibila Sotomayor afirmou que é preciso desmistificar a violência como um problema pessoal e tratá-lo como uma questão social.
Segundo o “Las Tesis”, as vendas nos olhos representam a cegueira do estado chileno perante a violência sofrida pelas mulheres e também simboliza os manifestantes chilenos que recentemente foram atingidos com balas de borracha nos olhos em manifestações políticas e sociais. O coletivo convocou, com a ajuda das redes sociais, as mulheres do mundo todo para reproduzirem o protesto à sua maneira, também usando vendas e incorporando os elementos que melhor as representassem. E o pedido foi atendido! Vídeos gravados na França, Reino Unido, Espanha, Índia e inclusive no Brasil estão sendo postados na internet.
A ativista Sibila também disse que, em uma das pesquisas que o grupo já fez, descobriu que apenas 8% dos casos de violência no Chile são resolvidos, revelando um problema sistêmico nas políticas públicas do país. “A culpa não era minha, nem de onde eu estava, nem de como eu me vestia” diz trecho da letra. No final, durante a encenação, as mulheres apontam para frente e dizem “o estuprador é você”, fazendo referência ao patriarcado, ao machismo e ao Estado que se omite.
Veja como o protesto engajou mulheres do mundo todo, inclusive brasileiras. Na sequência, manifestações no Chile, em Roma, Paris, Porto Alegre, Quênia, Rio de Janeiro e Nova Déli: