Entenda o que é alopécia, condição que afeta Jada Smith e muitas mulheres
Especialistas explicam quais são os sinais, causas e tratamentos dessa doença que provoca a queda de cabelo
A alopécia de Jada Smith virou assunto no Oscar 2022, que aconteceu neste domingo (27). O caso repercutiu pois Will Smith, marido de Jada, deu um tapa na cara de Chris Rock, que fez uma “piada” sobre o fato da atriz estar com o cabelo raspado. Ela já havia falado a respeito de sua alopécia, mas após a cena, a internet foi tomada por diversas dúvidas sobre o assunto.
Por isso, a CAPRICHO conversou com especialistas para entender o que é essa condição, quais suas causas e o tratamento adequado.
O que é alopécia?
A alopécia é uma condição que aumenta a queda de cabelos e pelos no corpo e interfere também no crescimento capilar. A Dra. Fernanda Nichelle, médica dermatologista, explica que existem diversos tipos de alopécia.
“Por exemplo, existe a alopecia androgenética, conhecida como calvície feminina; a alopécia de tração, que causa aumento do couro cabeludo e da testa, e normalmente afeta mulheres negras pela força de penteados, e a areata, que causa falhas circulares no cabelo e é uma doença autoimune. Em uma linguagem mais neutra, é como se o organismo estranhasse o folículo do cabelo e ele começasse a cair”, comenta a dermatologista.
A cientista especialista em queda capilar Jackeline Alecrim explica que existem diversas causas, principalmente emocionais e hormonais, para essa condição. “Existe uma relação já comprovada entre o stress, as alterações emocionais e o desencadeamento de alopecias em pacientes predispostos”.
Ela ainda explica que tipos de alopécias são mais comuns em mulheres pois alterações hormonais e fisiológicas são mais frequentes. “Além das variações hormonais, a queda acentuada dos fios pode estar relacionada a vários fatores, como questões nutricionais, emocionais, condições inflamatórias e autoimunes que podem atingir o couro cabeludo.”
Diagnóstico e tratamento
O caso de Jada aparentemente trata-se da alopécia areata, que causa falhas no cabelo e é autoimune. A atriz está com os cabelos raspados atualmente, então as falhas são imperceptíveis.
As profissionais informam que existem alguns sinais a serem observados. “A paciente percebe que aumenta a queda do cabelo. No caso de uma alopécia areata, consegue ver regiões no couro cabeludo sem nada de cabelo”, afirma a Dra. Fernanda. A médica também frisa a importância de exames para o diagnóstico correto. “No couro cabelo, um exame de tricoscopia e, quando necessário, uma biópsia da região para que possamos ter um laudo correto e assertivo. Através dos resultados, deferimos um tratamento adequado“, finaliza.
Atualmente, existem diversas alternativas de tratamento para cada caso. “Além dos medicamentos de uso oral, a ciência evoluiu e hoje é possível encontrar produtos de uso tópico, ou seja, que são massageados no couro cabeludo, que apresentam absorção local e demonstram alta eficiência e segurança para o uso. Além de desacelerar a queda capilar, esses tratamentos favorecem a reposição de novos fios, aumentam o aporte de nutrientes e melhoram a atividade fisiológica dos folículos pilosos, por atuarem diretamente na área afetada”, conta Jackeline.
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Autoestima e emocional
As duas profissionais alertam que o fator emocional é muito relevante nesses casos, tanto como causa, quanto no processo pós-diagnóstico. A dermatologista Dra. Fernanda Nichelle recomenda um tratamento conjunto para tratar da saúde mental de seus pacientes. “Eu sempre oriento os pacientes que estão passando por um quadro desse que procurem uma equipe multidisciplinar com auxílio de um psiquiatra ou equipe de psicólogos, para que possam atuar nessa parte emocional.”
Além disso, a médica lembra que a família acompanha todo o processo, e também pode ter o emocional abalado. Citou, inclusive, a atitude de Will para exemplificar, pois ele se mostrou tão incomodado quanto Jada.
A alopécia tem cura e não é contagiosa! Vale lembrar que o tratamento é necessário e, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor.
Quem deu as informações: Dra. Fernanda Nichelle, dermatologista; Jackeline Alecrim, cientista especialista em queda capilar