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“Elefante mais sozinho do mundo” é liberto após 35 anos preso em zoológico

O local onde o elefante Kaavan morava foi fechado por apresentar terríveis condições e administração negligente

Por Isabella Otto 18 set 2020, 13h19

Há 35 anos, o elefante Kaavan é criado em cativeiro no Zoológico Marghazar, no Paquistão. Após perder seu companheiro de vida em 2012, ele entrou numa grave depressão e ficou conhecido como “o elefante mais solitário do mundo”. O diagnóstico foi agravado pelas péssimas condições que o local apresentava, administrado por pessoas negligentes, que pouco se importavam com os animais. Neste mês, felizmente, Kaavan foi liberto e encaminhado para um santuário no Camboja, onde receberá todos os cuidados necessários e conviverá com outros da sua espécie.

Kaavan, em péssimas condições, sendo liberto do Islamabad Zoo Arne Immanuel Bänsch/Picture Alliance/Getty Images

A notícia só melhora, já que o Zoológico Marghazar, conhecido também como Islamabad Zoo, foi fechado pela Suprema Corte do Paquistão. Ele estava sob a administração da Autoridade de Desenvolvimento de Capital do Paquistão. Todos os aproximados 600 animais que lá viviam devem ser encaminhados para centros de tratamentos e santuários. O zoológico recebia por ano cerca de um milhão de visitantes.

 

“Ele desenvolveu um comportamento estereotipado, em que move a cabeça de um lado para outro por horas. Isso ocorre, principalmente, porque está entediado”, explicou Martin Bauer, porta-voz da Four Paws, organização que cuida do bem-estar animal, em nota para a agência de notícias Nation.

Vale destacar que a reintrodução de animais criados em cativeiro na natureza é delicada. Por isso, muitos acabam indo para santuários antes de serem reintroduzidos no meio selvagem. A reintrodução de animais em seus habitats, quando feita com cuidado e sabedoria, é extremamente importante para o meio ambiente e a recuperação de ecossistemas. “Em outros países, já conseguiram soltar com sucesso animais criados em cativeiro, como ursos órfãos, morcegos, lobos e lontras. No Brasil, acham que a onça deve ser mantida presa por ser perigosa. A primeira coisa que precisamos fazer é acabar com os mitos e ter vontade de colaborar”, disse o renomado biólogo Vincent Kurt-Lo, em entrevista para o Globo Ecologia.

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