Diário de Intercâmbio: faça cada segundo da vida valer a pena
A parte mais difícil de um intercâmbio é aceitar que ele é finito... Assim como tudo.
Por Marcela Bonafé
Arrisco dizer que a parte mais difícil de um intercâmbio é aceitar que ele é finito. Você faz amigos incríveis e eles vão embora. Uma nova rotina mais leve e divertida te encanta, mas uma hora é preciso voltar à realidade. Às vezes, até rola um amor internacional que, mais tarde, um oceano vai separar. E aí tudo o que você viveu viram memórias… Talvez, as melhores de toda a sua vida!
Dessa efemeridade, no entanto, saem grandes aprendizados que a gente leva para o dia a dia. Parece que esse tipo de experiência faz a gente dar mais valor para cada coisinha que acontece, sabe? Sempre acreditei que nada nem ninguém acontece e aparece na nossa vida por acaso, e um intercâmbio é a oportunidade perfeita para colocar coisas que precisamos viver e pessoas que temos que conhecer no nosso caminho.
E aí entra outro aprendizado: aproveitar ao máximo o “agora”. Afinal, o único momento em que de fato podemos fazer escolhas é o presente. Uma experiência dessas, por sorte, é cheia de presentes, em todos os sentidos. São novas paisagens que você vai ver com muito mais entusiasmo que o normal, as atividades que vão parecer mais empolgantes do que realmente são, os sentimentos que vão surgir dentro de você e evoluir de forma bem mais rápida.
Diante disso tudo, ao invés de ir apenas deixando os dias passarem normalmente, a gente quer aproveitar cada segundo ao máximo. Justamente por saber que vai acabar. Mas pera aí! Não deveria ser assim normalmente? Até mesmo quando não estamos viajando? O que quero dizer é que essa experiência de morar no Canadá abriu meus olhos para forma como eu estava levando a vida antes. Pensei nisso você também e não leve 21 anos para perceber que o amanhã é incerto e que a vida também é finita – e aceitar isso e fazer valeu cada segundinho a pena!
O futuro é bem misterioso… A gente faz planos, espera que coisas aconteçam, mas a verdade é que, quando a gente olha para trás, só vê uma névoa. Nossa vida, portanto, acontece agora, no presente, neste instante. Assim como o intercâmbio. Então, se você se propõe a viver intensamente cada minutinho dos seus dias no exterior, por que não fazer o mesmo quando está em casa?
Às vezes, a gente e preocupa demais, se assusta demais, tem preguiça demais, reclama demais. E, enquanto isso, o relógio vai batendo, as oportunidades vão virando passado e as pessoas vão passando. Pode ser que não tão rápido como passam em um intercâmbio, mas, acredite, vão passar. É preciso viver o agora antes que seja tarde demais.
Intercâmbio é mais que aprender outros idiomas, conhecer novas culturas e visitar lugares diferentes. É também viver uma aventura incrível de autoconhecimento!
Salut et à la semaine prochaine,
Má Bonafé