Dia do Jornalista: 6 livros para quem sonha em seguir a profissão
Separamos alguns livros clássicos para quem pretende trabalhar como jornalista!
No dia 7 de abril é comemorado no Brasil o Dia do Jornalista! Para celebrar a data, fizemos uma lista com referências de livros que são considerados clássicos e que contam a rotina de jornalistas dentro e fora das redações até a cobertura de grandes reportagens:
1. O olho da rua, Eliane Brum
Eliane Brum é um dos principais exemplos de jornalista “que suja os sapatos” – que vai atrás, apura a notícia – e com sua escuta atenciosa, descobre histórias que se transformam em grandes reportagens. O livro sempre aparece como uma das indicações de leitura dentro das escolas de jornalismo! Compre aqui.
Sinopse: “Este livro faz uma travessia pelo país conduzida pelo olhar de repórter de Eliane Brum. Ela, que se apresenta como “escutadeira”, nos carrega por vários Brasis em dez grandes reportagens feitas na primeira década do século 21. Em cada uma, Eliane revela a história dentro da história, ao narrar os bastidores a partir dos dilemas, das descobertas e também das dores a que se lança um repórter disposto a se interrogar sobre sua própria jornada. Esta nova edição, revista e ampliada, inclui o texto inédito “Os limites da palavra”, no qual a autora fala de dois desacontecimentos recentes que a levaram a uma profunda investigação sobre o ofício de repórter.”
2. Vozes de Tchernóbil, Svetlana Alexiévitch
O livro da escritora bielo-russa Svetlana Alexiévitch publicado em 1997, chegou ao Brasil apenas em 2016, 30 anos após o acidente de Chernobyl. Para a obra, que demorou 10 anos para ser escrita, Svetlana entrevistou operários, soldados, cientistas e pessoas que perderam seus familiares no desastre. Compre aqui.
Sinopse: “Em 26 de abril de 1986, uma explosão seguida de incêndio na usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia – então parte da finada União Soviética -, provocou uma catástrofe sem precedentes em toda a era nuclear: uma quantidade imensa de partículas radioativas foi lançada na atmosfera da URSS e em boa parte da Europa. Em poucos dias, a cidade de Prípiat, fundada em 1970, teve que ser evacuada. Pessoas, animais e plantas, expostos à radiação liberada pelo vazamento da usina, padeceram imediatamente ou nas semanas seguintes. Tão grave quanto o acontecimento foi a postura dos governantes e gestores soviéticos (que nem desconfiavam estar às vésperas da queda do regime, ocorrida poucos anos depois) (…) É por meio das múltiplas vozes – de viúvas, trabalhadores afetados, cientistas ainda debilitados pela experiência, soldados, gente do povo – que Svetlana Aleksiévitch constrói esse livro arrebatador, a um só tempo, relato e testemunho de uma tragédia quase indizível. Cenas terríveis, acontecimentos dramáticos, episódios patéticos, tudo na história de Tchernóbil aparece com a força das melhores reportagens jornalísticas e a potência dos maiores romances literários. Eis uma obra-prima do nosso tempo.”
3. A turma que não escrevia direito, Marc Weingarten
No início dos anos 60, surgia o “new journalism”, um novo gênero que não se prendia mais a estrutura tradicional do lide que sempre inicia a reportagem respondendo “o que, quem, como, onde, quando e por que”. Truman Capote, Gay Talese, Tom Wolfe, Hunter S. Thompson foram nomes que adotaram esse jeito de fazer jornalismo. A turma que não escrevia direito fala sobre exatamente esse grupo e conta um pouco sobre os bastidores e o processo de apuração de alguns desses grandes jornalistas que marcaram o século 20 e criaram uma nova forma de escrever. Compre aqui.
Sinopse: “Entre as décadas de 1960 e 1970, rachaduras rompiam o tecido social e o mundo estava fora de ordem. As ferramentas tradicionais do jornalismo eram inadequadas para descrever as tremendas mudanças culturais e sociais norteamericanas: guerra, assassinato, rock, drogas, hippies, Nixon. Como um tradicional repórter restrito aos fatos podia ousar dar uma ordem clara e simétrica a tamanho caos? Como o clássico lead de quem-quando-onde-por que podia dar conta de toda essa efervescência? Mas um grupo de escritores surgiu aparentemente do nada para impor algum sentido a toda aquela confusão americana. Tom Wolfe, Jimmy Breslin, Gay Talese, Hunter S. Thompson, Joan Didion, John Sack e Michael Herr apareceram para contar histórias que ninguém mais tinha coragem de escrever. Histórias sobre como a vida estava sendo vivida. E se tornaram arautos ― e até mesmo a consciência moral ― de uma era: os novos jornalistas. A turma que não escrevia direito, de Marc Weingarten, resgata as aventuras por trás das apurações, os brainstormings que originaram as pautas.”
4. Notícias de um sequestro, Gabriel Garcia Márquez
Neste livro-reportagem, o escritor colombiano relata como familiares de políticos e jornalistas foram perseguidos por ordem do narcotraficante Pablo Escobar. Garcia Márquez conta a história de dez jornalistas sequestrados, a realidade enfrentada por eles em cativeiro e o objetivo por trás dos crimes. Compre aqui.
Sinopse: “Colômbia, década de 1990. Encurralado por um poderoso esquema montado contra o narcotráfico, perseguido pelas autoridades de seu país e pela comunidade internacional, Pablo Escobar, o poderoso senhor da droga, recorre, como retaliação, ao sequestro de vários jornalistas, entre os quais se encontram familiares de importantes personalidades do cenário político. Abordando um tema explosivo, Gabriel García Márquez fez uma pesquisa minuciosa antes de escrever este livro. Colheu depoimentos de dezenas de pessoas envolvidas no drama de sequestros ocorridos na Colômbia em 1990, incluindo o de uma amiga próxima. Notícia de um sequestro é um livro jornalístico, uma reportagem, que narra as diversas facetas da dramática situação vivida na Colômbia, especialmente a guerra do tráfico de drogas e mostra o horror que não se limita apenas à sociedade colombiana, mas que se espalha por toda a América Latina.”
5. A Sangue Frio, Truman Capote
Truman Capote conta a história de um crime terrível que aconteceu na cidade de Holcomb, no Kansas, Estados Unidos. Uma família inteira foi assassinada cruelmente por Perry Smith e Richard Hickock. Os dois homens invadiram a casa com a intenção de roubar um cofre dos Clutter, que nunca chegou a existir, e decidiram assassinar a família para não ter testemunhas. Compre aqui.
Sinopse: “O americano Truman Capote foi um escritor versátil: produziu textos de qualidade em vários gêneros (contos, peças, reportagens, adaptações para TV e roteiros para filmes). Mas sua grande obra foi o romance-reportagem A sangue frio, que conta a história da morte de toda a família Clutter, em Holcomb, Kansas, e dos autores da chacina. Capote decidiu escrever sobre o assunto ao ler no jornal a notícia do assassinato da família, em 1959. Quase seis anos depois, em 1965, a história foi publicada em quatro partes na revista The New Yorker. Além de narrar o extermínio do fazendeiro Herbert Clutter, de sua esposa Bonnie e dos filhos Nancy e Kenyon – uma típica família americana dos anos 50, pacata e integrada à comunidade -, o livro reconstitui a trajetória dos assassinos. Perry Smith e Dick Hikcock planejaram o crime acreditando que se apropriariam de uma fortuna, mas não encontraram praticamente nada.”
6. A vida que ninguém vê, Eliane Brum
Em A vida que ninguém vê, Eliane Brum nos ensina que é importante saber olhar além – tanto no jornalismo, quanto na vida. Através de histórias de pessoas anônimas, a jornalista mostra que o extraordinário existe em toda parte. Compre aqui.
Sinopse: “Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário contido em cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O álbum de fotografias atirado no lixo que começa com uma moça de família e termina com uma corista. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade. Essas fascinantes histórias da vida real fizeram formam uma obra que emociona pela sensibilidade da prosa de Eliane Brum e pela agudeza do olhar que a repórter imprime aos seus personagens – todos eles tão extraordinariamente reais que parecem saídos de um livro de ficção. Livro vencedor do Prêmio Jabuti 2007 na categoria “Reportagem”.”