Conversar sobre sexo não é mais tabu, e a geração Z te conta o porquê

Nossa galera tem mais acesso à informação do que nunca, e sabe da importância de ter uma rede de apoio confiável para falar sobre sexo.

Por Mavi Faria Atualizado em 7 set 2025, 11h08 - Publicado em 6 set 2025, 13h00
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e uma dúvida sobre sexo surge, com quem você fala para resolver? Ou melhor, você costuma falar sobre sexo? Entre a nossa galera da Geração Z, o tema sexo parece cheio de controvérsias. Por um lado, é a geração que parece menos interessada em ter relações sexuais e, por outro, é a que tem mais liberdade e acesso a elas. Mas até que ponto esse comportamento da prática representa como as conversas sobre sexo estão acontecendo?

Relações sexuais fazem parte dos relacionamentos humanos e da própria vida, no geral. Mesmo assim, quando entramos no tópico “conversar sobre sexo”, a palavra tabu ainda é uma realidade.

Evitar falar sobre sexo, fugir do assunto e até transformá-lo em algo anormal ou místico são comportamentos mais comuns entre gerações mais antigas. Apesar da Geração Z não incentivar o tabu sobre sexo, ela ainda sente os efeitos de anos evitando tocar no assunto, muitas vezes por meio da vergonha.

Rhyan Reis, 14 anos, membro da Galera CAPRICHO, nos relatou que o tabu em torno do sexo torna, para ele, mais difícil se abrir com os pais sobre o assunto.

“Eu tinha e ainda tenho vergonha de conversar com meus familiares sobre isso, então a minha primeira conversa foi com meus amigos”, explica. Embora os pais de Rhyan, como ele detalha, não compartilhem do mesmo tabu e até incentivam a conversa dentro de casa, ele mesmo sente essa dificuldade e encontra nos amigos um refúgio mais confortável para ser vulnerável sobre o tema.

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“Em roda de amigos é algo normal de se falar, então acho que isso pra gente não é um tabu ou problema. Mas com meus familiares, mesmo eles não tendo problemas em falar sobre isso, eu sinto uma leve vergonha”, afirma.

E por que deveríamos tanto assim falar sobre sexo? 

Conversar sobre sexo, seja com seus amigos, familiares, seja com seu médico especialista, pode te garantir uma experiência sexual mais segura, confortável e confiável.

A sexóloga Mari Williams já explicou aqui para a CAPRICHO como conversar com os amigos sobre sexo é uma ótima oportunidade para trocar experiências, dicas, o que não é legal de acontecer e o que é, o que fazer em emergências e até para se sentir confortável para tirar dúvida, se surgir.

Esse comportamento, na verdade, é uma forte tendência entre a Geração Z. O Censo do sexo, pesquisa realizada pela startup de produtos voltados ao bem-estar sexual pantynova, apontou que 78% dos jovens de até 24 anos  se sentem confortáveis de falar sobre sexo. E não só para falar de sexo nossa galera está disposta: 82% dessas pessoas afirma estar “aberta a tentar novas experiências sexuais”.

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Entre a Galera CH, esse dado se comprova uma tendência em alta. Os amigos se mostram, assim como os pais, as pessoas de mais confiança da nossa galera para desabafar, fazer perguntas e bater papo sobre o sexo. Mesmo entre quem tem um diálogo mais livre e confortável com a família, como é o caso da Giovanna Feliponi. Aos 17 anos, ela relata que a relação mais tranquila e confortável com o sexo é graças à mãe, quem conversa com ela desde criança e “com quem eu mais me abro em questão a isso por ela sempre ter me orientado em relação à vida sexual”.

Porém, sua compreensão sobre vida sexual e até as conversas sobre sexo são mais fáceis de serem tida com os amigos de sua idade, já que, segundo ela, “são pessoas que pensam como eu. Então acho que eu consigo me abrir mais sobre isso com amigas mais próximas e melhores amigas”. Isso significa que, dependendo do assunto, ela pode escolher com quem quer conversar ou até se quer pedir a opinião das duas vertentes — mãe e amigas. 

Conforto e segurança nos pais

Encontrar informações sobre sexo nunca foi tão fácil. Aqui mesmo, na CAPRICHO, por meio do SOS Sexo trazemos dúvidas enviadas pelos próprios leitores, respondidas por especialistas na área. Contudo, por parte da Galera CH, as principais fontes para questionamentos continuam sendo os professores na escola, médicos ginecologistas ou urologista, amigos, familiares no geral e os pais.

Em Garota do Momento, a presença dos pais na tentativa de ter uma conversa mais confortável com os filhos foi representada por meio de Lígia e Celeste, interpretadas por Paloma Duarte e Débora Ozório. Na trama, a mãe tentava conversar com a filha sobre relações sexuais seguras mas encontrava resistência de Celeste, que sentia vergonha e fugia do assunto.

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No desenrolar da novela, Celeste acaba ficando grávida e, só depois disso passa a conversar com mais conforto com a mãe sobre sexo. O exemplo das duas personagens é ótimo para mostrar não só porque falar sobre sexo é tão importante, mas como ter o apoio e a tranquilidade dos pais pode fazer toda a diferença.

Essa mesma iniciativa de Lígia também foi experienciada pela nossa galera, que relataram como a conversa franca com os pais transformou, para eles, a experiência e a forma de lidar com o sexo. A própria Giovanna ressaltou que, quando teve dúvidas sobre menstruação aos sete anos, a mãe se dispôs a explicar todo o funcionamento do ciclo menstrual e já falou sobre gravidez, de forma leve e abrindo espaço para futuras perguntas.

Experiência muito similar foi vivida pela Mariana Motta, de 16 anos, quando, na mesma idade que Giovanna, perguntou aos pais “de onde vinham os bebês”. A forma tranquila com que lidaram, buscando encontrar um jeito de explicá-la da melhor forma possível para a idade, possibilitou que, hoje, ela confie nele, nas amigas e na ginecologista para tirar suas dúvidas e estar o mais à par possível sobre seu corpo e sobre sexo.

“Depois dessa conversa, sempre pude falar com eles caso eu tivesse alguma dúvida e isso foi importante, essa abertura que tivemos para falar sobre assuntos como esse. Nunca tive vergonha de tirar dúvidas, de perguntar”, afirma. 

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E você, com quem costuma se abrir para falar sobre sexo?

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