Como engajar mais na terapia, até quando você não tem o que dizer

Psicóloga dá dicas para mergulhar no processo terapêutico e aproveitar mais as sessões de terapia

Por Juliana Morales 18 nov 2024, 14h15
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azer terapia não é tão simples quanto pode parecer. O processo terapêutico, na verdade, demanda bastante coragem. Ele nos convida a olhar para as partes mais difíceis da nossa história e entrar em contato com nossas dores, imperfeições e faltas. O psicólogo vai ajudar e dar ferramentas para lidar com isso, mas é preciso estar comprometido com esse mergulho para dentro de si.

Segundo a psicóloga Bruna Krug Lima, especialista em autocompaixão, “frequentar terapia é diferente de se engajar no processo terapêutico”. “Trata-se de uma entrega, uma disponibilidade de olhar para o que dói e também deixar o outro [o psicólogo, no caso] te ver assim, para que ele possa ajudar”, explica. 

A seguir, a psicóloga dá dicas e orientações para engajar mais na terapia – e isso inclui atitudes antes, durante e depois da sessão com o profissional. E Bruna explica também o que fazer naqueles dias em que você nem sabe o que dizer para o psicólogo. Confira!

Como se preparar antes da terapia

Muitas vezes, em meio à correria do dia a dia, a sessão de terapia é o único momento em que você consegue tirar um tempo para pensar, exclusivamente, em você mesmo e nos seus sentimentos e emoções. Por isso, é preciso “honrar” e fazer com que esse período de tempo dedicado ao bem-estar e saúde mental seja especial. 

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A dica da Bruna nesse sentido é buscar um cantinho confortável ‒ de preferência, que seja diferente do lugar em que você trabalha ou estuda em casa. Trocar de ambiente pode fazer toda a diferença para entrar no clima, assim como preparar um suco ou um chá quentinho para deixar relaxar e já ir desacelerando. “Faça uma espécie de ritual para que seja um momento de encontro, não só com a sua psicóloga, mas com você mesmo”, aconselha. 

Questione-se

Nesses minutos antes da sessão de terapia começar, vale fazer uma reflexão sobre o que é interessante abordar no encontro com a psicóloga. Dessa forma, você consegue direcionar melhor a conversa e ganha tempo para se aprofundar nas questões mais importantes. Para ajudar nessa análise, Bruna indica alguns questionamentos que podem se feitos antes da terapia:

  • O que passou comigo nessa semana? 
  • Aconteceu alguma coisa que me mobilizou? 
  • Tive algum pensamento ou emoção nessa semana que eu quero compartilhar com alguém e entender melhor?
  • Quais foram as emoções que eu mais senti ao longo dessa semana? 
  • O quanto me senti conectada comigo e com as coisas importantes para mim?
  • O  que é importante eu cuidar essa semana na minha sessão?
  • Tem algo que eu preciso pedir ajuda para minha psicóloga ou psicólogo
  • Tem algum ponto ou assunto que ficou pendente da última sessão e eu preciso retomar?

E quando não tem o que falar na sessão de terapia?

Bruna defende que “precisamos acomodar a ideia de que nem toda a sessão de terapia vai ser mega densa e profunda com insights muito valiosos”. Afinal, assim como em qualquer relação, nem sempre estaremos dispostos a falar e se aprofundar em alguns assuntos. É importante também respeitar quando isso acontece e não trazer tanta cobrança para a performance na sessão de terapia.

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“Nem toda sessão vai ser revolucionário, sessões mais rasas fazem parte de processos terapêuticos muito profundos. Às vezes, vamos para o   rasinho tomar fôlego para depois aprofundar mais nas próximas”, tranquiliza Bruna.

Isso, no entanto, não impede de você comunicar a psicóloga essa falta de assunto e que isso pode estar te deixando ansioso – inclusive, isso é aconselhável, viu? . “Também é papel da psicóloga ajudar a conduzir esses momentos em que o paciente não sabe para onde ir. A terapia não é unicamente responsabilidade do paciente nem da psicóloga, é um processo em conjunto”, diz Bruna, que explica que o profissional vai saber conduzir a conversa da melhor maneira possível.

O pós terapia também é muito importante

Vale ressaltar também que o processo terapêutico acontece entre uma sessão e outra. “Tão importante quanto o que é descoberto e conversado na sessão é o quanto que o paciente levar a sessão de terapia com ele na semana”, diz Bruna.

Em algumas abordagens, os psicólogos indicam atividades e exercícios a serem feitos para complementar o que foi discutido no consultório. Mas, mesmo que não haja essas “tarefas de casa”, é sempre interessante que o paciente se conecte eventualmente com o que aconteceu na sessão, aconselha a psicóloga.

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Uma forma legal de fazer isso, segundo Bruna, é por meio de um “diário de terapia”. Nele é possível registrar pensamentos, ideias e como se sentiu ao longo da semana, para depois lembrar de falar para a psicóloga ou ainda criar um espaço para escrever e refletir sobre o que já foi conversado na terapia. Neste outro texto aqui, explicamos mais sobre o que é diário terapêutico e como fazer um. 

E aí, vai engajar mais na terapia depois dessas dicas?

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