Como até perder o ônibus pode ajudar a entender o real motivo da sua raiva

A Lizandra, da Galera CH, compartilhou um passo a passo que ela segue para entender quando um gatilho é ativado. Você pode tentar também

Por Blog da Galera Atualizado em 29 out 2024, 18h43 - Publicado em 11 Maio 2023, 06h02
TOPO LIZA GALERA CH
Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Todos nós já tivemos momentos que queríamos explodir por algum motivo. Sua fitagem ficou sem definição, você perdeu o ônibus quando já estava atrasada, seus amigos cancelaram o rolê de última hora ou seus dados móveis não carregam para enviar aquela mensagem. No momento, pode parecer que é apenas um pico de estresse, ansiedade ou tristeza, mas muitas das vezes é a ativação de um gatilho emocional. 

Apesar desse tópico já ser bastante falado na internet, é raro encontrar alguém explicando seu significado e como passar por um. Depois de buscar mais sobre o assunto, entendi que gatilho é o momento em que seu cérebro busca por uma solução para lidar com uma tal situação. Geralmente, essa resposta mental vem ao lembrar experiências passadas, que trazem uma onda de emoções e comportamentos. É como se estivesse revivendo aquele momento, sabe?

Por isso, trabalhar nossa inteligência emocional é essencial para aprender a lidar com essas situações e evitar muitas situações, que poderiam, sim, já terem sido evitadas muito antes.

Porém, nunca é tarde para começar a se desenvolver – e sobre se desenvolver a CAPRICHO é mestre, viu? Então vou propor um passo a passo para quando sentir que um gatilho foi ativado. Que tal tentar?

Passo 1: Consiga identificar que é um gatilho. Esse será provavelmente o passo mais complicado. Para isso, pense em qual é a emoção mais forte que você está sentindo. É tristeza? Angústia? Ciúmes? Pode ser que haja mais de uma, mas filtre a principal. 

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Passo 2: Ao perceber a emoção, tente entender de onde ela vem. Era da expectativa, da esperança ou da frustração?

Passo 3: Em apenas 3 segundos, tente ver qual é a memória associado por trás dessa emoção. O intuito é pensar sem filtros e identificar a primeira coisa que vier a sua mente.

Passo 4: Assim que a memória for identificada, você vai entender que é isso que precisa ser trabalhado em você – não a atitude da outra pessoa. Com isso em mente, você pode conversar com quem (ou o que) te gerou aquele gatilho.

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Passo 5: Por último, com essas lembranças que vieram em sua mente, canalize as frases que mais te afetaram e pense o oposto. 

Vamos pôr em prática o que acabamos de ler? Darei um exemplo pessoal de uma situação em que um dos meus gatilhos foi ativado. Uma amiga minha me contou que gostava bem mais do meu cabelo sem tranças do que com, porque eu parecia mais “eu” com meu cabelo natural.

Na hora eu me senti insegura, pois eu achava o contrário: que ficava melhor de trança. E fique também um pouco irritada com a justificativa dela. Mas, no fundo, eu sabia que o que mais me irritou não foi a minha amiga. Então tentei utilizar esse método para entender de onde esses sentimentos vinham.

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A primeira coisa que me recordei foi uma situação que ocorreu no meu 4º ano do Ensino Fundamental (atualmente estou no 2º ano do Ensino Médio). Algo similar tinha acontecido naquele ano: uma outra amiga minha não tinha gostado do penteado que estava usando e, na época, me culpei por não responder “eu gosto do jeito que está”. Aquilo me deixou chateada e impotente, no primeiro momento. Eu fiquei remoendo aquilo por alguns dias. 

Mas, depois, com consciência desse gatilho, fui em busca de afirmações contrárias, como: “eu adoro minhas tranças”, “eu fico maravilhosa nelas”, “eu que pago, por isso, sou a única que pode ter uma opinião formada quanto a elas”. 

O que eu quero dizer com isso é: não se cobre tanto. Afinal, somos adolescentes e nossos hormônios falam por nós (embora não gostamos de ouvir isso, né?). Ter consciência dos gatilhos e saber lidar com nossas emoções não é nada que você aprende do dia para noite. É necessário se forçar a passar por essas situações desconfortáveis por no mínimo três vezes, para que você comece a entender esse furacão de sentimentos. 

Ah, e vale deixar claro aqui que nenhuma dica deste texto substitui um tratamento psicológico, viu? Se um gatilho causar crises de ansiedade ou qualquer sentimento que sai do seu controle, busque uma ajuda profissional. 

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