“Coisa de viado”, dizia Bolsonaro sobre máscara, eficaz item de proteção
Jornal relatou que Jair Bolsonaro falava a frase em tom de brincadeira aos funcionários do Palácio que respeitavam medida de segurança
Nesta quarta-feira (8/7), Mônica Bergamo postou em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo que Jair Bolsonaro dizia para aqueles funcionários em Brasília que insistiam em usar máscara, um dos equipamentos de proteção mais eficazes no combate ao coronavírus, que aquilo “era coisa de viado”.
A jornalista também revelou que, de acordo com suas fontes, o presidente, além de induzir as pessoas a não cumprirem uma medida básica de segurança, recomendada pela Organização Mundial da Saúde, fazia questão de se aproximar dos visitantes em reuniões e de cumprimentá-los com apertos de mão, não usando os cotovelos, como também é aconselhado.
Na última terça-feira (7), o Palácio do Planalto confirmou que Bolsonaro testou positivo para a COVID-19. Após coletiva de imprensa, ele tirou a máscara para mostrar aos jornalistas que estava bem, mesmo estando com a doença. Apesar de ter mantido distância dos presentes no local, a atitude repercutiu negativamente. Afinal, o presidente sabia que estava doente e podia eventualmente contaminar alguém, já que estudos comprovaram que o vírus é transmissível pelo ar.
Até o momento, Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a matéria publicada pela Folha de S.Paulo. Na manhã desta quarta, ele usou o Twitter para defender mais uma vez a hidroxicloroquina, mesmo após estudos terem garantido que ela não é eficaz no tratamento da COVID-19 e que pode inclusive trazer efeitos colaterais gravíssimos para determinados pacientes. O uso foi desaconselhado, por exemplo, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. O presidente, contudo, se mostra cético com relação a tais pesquisas: “Aos que torcem contra a hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo”, postou. Depois, ele ainda disse que o Brasil se destacou positivamente no combate ao coronavírus. “Preservamos vidas e empregos sem propagar o pânico, que também leva à depressão e mortes. Sempre disse que o combate ao vírus não poderia ter um efeito colateral pior que o próprio vírus”, escreveu.