A expressão “oceanos de plástico” tem uma razão para existir. Anualmente, 10 milhões de toneladas de plástico são descartadas nos oceanos. É como se 60 boeings 747 formados de lixo pousassem no mar todos os dias. Esses números podem assustar os mais leigos no assunto, mas não os especialistas em sustentatibilidade. Afinal, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo do mundo.
Nós produzimos 11.3 milhões de toneladas por ano, ficando atrás da Índia (19.3 milhões de toneladas), China (54.7 milhões de toneladas) e dos Estados Unidos (70.7 milhões de toneladas). A situação fica ainda mais crítica porque apenas 1.2% desse lixo é reciclado. A falta de políticas de reciclagem no país coloca em risco até mesmo aqueles produtos que foram devidamente descartados no lixo reciclável. É como se nossos esforços não valessem nada porque os “grandes produtores de lixo” parecem ainda não se preocuparem. Afinal, a reciclagem ainda não dá lucro – apenas na Alemanha, um dos países pioneiros em políticas de reciclagem.
As informações são do último relatório da ONG World Wide Fund for Nature (em português, “Fundo Mundial para a Natureza”). Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho da WWF, acredita que o problema de descarte de plástico no Brasil já seja um caso de saúde pública. “O fato de o Brasil estar no 4º lugar como gerador de lixo plástico do mundo é resultado da falta de políticas públicas adequadas que incentivam a reciclagem em larga escala”, afirma.
O maior problema do plástico é que ele foi feito para durar, só que as pessoas se esqueceram de que o material deveria ser usado conscientemente e acabaram adotando ele, por ser de fácil produção e barato, para criar embalagens descartáveis, que tem um tempo de vida muito curto. Esse descarte enlouquecido de plástico faz com que cada brasileiro, por semana, produza R$ 1kg de lixo, que são descartados de maneira irregular e vão parar no mar ou em aterros sanitário, em sua maioria.
“De todo lixo encontrado no litoral brasileiro, a maior parte é plástico. Esse último verão foi o recordista de animais mortos na costa brasileira, principalmente no litoral de São Paulo, e boa parte dos grandes mamíferos tinham plástico em seus estômagos”, informa Anna Lobo em relatório da WWF. Estima-se que, até 2030, se não tomarmos medidas drásticas para diminuir nossa produção de lixo por pessoa e criar programas efetivos de reciclagem, teremos uma média de 26 mil garrafas pets no mar a cada 2km.
Se quiser se informar mais sobre o assunto, aconselhamos que você assista ao documentário abaixo, que também está disponível na Netflix. Estamos perdendo o controle da situação. E você, vai ficar aí parado?