Bolsonaro adianta meta de zerar gases poluentes e pede “justa remuneração”
Após cobrança dos Estados Unidos, Bolsonaro promete na Cúpula do Clima que vai antecipar para 2050 meta de zerar as emissões de gases
Nesta quinta-feira, 22, chefes de estado de 40 países se reuniram na Cúpula do Clima para debater questões relacionadas ao meio ambiente e o aquecimento global. O presidente Jair Bolsonaro, que participou do evento acompanhado de alguns ministros, disse que pretende adotar medidas que reduzam a emissão de gases nos próximos anos, pedindo uma “justa remuneração” pelas ações do Brasil, e mudando o tom do discurso que vinha adotando.
“Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais do governo, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização”, disse. Após prometer que o país vai zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050 e acabar com o desmatamento ilegal até 2030, o presidente falou que “é preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação”. Em sua fala, Bolsonaro também citou as medidas de preservação ambiental que já foram adotadas no passado e a ideia de desenvolvimento sustentável defendida na Conferência Rio-92, que foi sediada no Brasil.
A mudança de tom de Bolsonaro não foi por acaso: ela vem após uma série de cobranças dos Estados Unidos para que o Brasil mostre um maior comprometimento em combater o desmatamento na Amazônia. Mas, o presidente dos USA, Joe Biden, não acompanhou o discurso de Bolsonaro. Antes da fala do presidente argentino, Alberto Fernández, Biden pediu licença por alguns minutos e se retirou do local em que acontecem os pronunciamentos e não retornou a tempo de escutar o presidente brasileiro.