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Aos 17 anos, jovem morre de choque tóxico causado por absorvente interno

A belga Maëlle deu entrada no hospital apresentando sintomas que, inicialmente, foram diagnosticados como sendo uma gripe-gastrointestinal.

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 31 out 2024, 00h44 - Publicado em 31 jan 2020, 11h00

No início do mês, a belga Maëlle Hunney, de 17 anos, morreu por causa de um choque tóxico (ou choque séptico) causado por um absorvente interno. Ela chegou ao hospital no último dia 6 e, 48h depois, veio a óbito.

Inicialmente, Maëlle foi diagnosticada pelo médico da família com gripe-gastrointestinal, por causa dos sintomas apresentados: vômitos, diarreia e febre alta. Na terça, 7, seu estado febril não havia apresentado melhora e os sintomas só foram piorando.

 

Encaminhada para outro hospital, ela foi diagnosticada, mais uma vez, com gripe-gastrointestinal. Apenas quando foi transferida para uma unidade intensiva que os médicos descobriram que se tratava de um choque tóxico causado por um absorvente interno. Infelizmente, o caso já estava muito avançado e a adolescente faleceu.

A mãe de Maëlle, Laurence Hunney, publicou uma postagem nas redes sociais relatando o caso e alertando as meninas sobre os riscos da infecção, que, apesar de rara, é gravíssima. “Meu anjo, meu orgulho, foi para as estrelas. Você, que sonhava sempre em viajar pelo mundo, está em uma jornada muito longa agora”, escreveu a mãe na postagem abaixo.

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A síndrome choque tóxico (SCT) trata-se de uma rara complicação de saúde causada pelas bactérias Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes. Apesar de a síndrome ser incomum, atingindo por ano em torno de uma mulher a cada 100.000 mil, ela é considerada com alto nível de mortalidade. Entre os sintomas, estão calafrios, mal-estar, dor de cabeça, tonturas, desmaios e febre acima de 38,5ºC.

Ainda que afete mulheres de todas as idades, homens e até crianças, grande parte dos casos envolvem mulheres durante a menstruação. Isso ocorre porque, entre os fatores que favorecem o surgimento da síndrome, como infecções de pele e complicações cirúrgicas, está o uso de absorventes internos.

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A SCT foi registrada pela primeira vez em 1978, nos Estados Unidos. Antigamente, os materiais usados nos absorventes internos favoreciam a proliferação de bactérias. Com o passar dos anos, as marcas mudaram a composição dos produtos e o número de casos da síndrome relacionados ao uso deles caiu bastante. Contudo, o risco ainda existe, principalmente quando se usa o absorvente interno mais tempo que o indicado.

 

O recomendado por médios é que a troca seja feita de 2 a 4 horas, dependendo do fluxo menstrual da mulher. Segundo a Dra. Mariana Varella, ginecologista e diretora-chefe Portal Drauzio Varella, “o uso de absorventes internos é seguro. No entanto, é preciso seguir algumas regras para sua utilização e colocação”.

Não precisa ter medo de usar, mas é importantíssimo que o uso e manuseio sejam corretos.

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