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Amazônia: Governo Bolsonaro autoriza avanço de garimpo em áreas protegidas

O general Augusto Heleno, braço direito do presidente da República, autorizou avanço de garimpeiros na cidade mais indígena e preservada da região

Por Isabella Otto 6 dez 2021, 09h40

A semana começa com mais uma péssima notícia envolvendo o meio ambiente e o Governo Bolsonaro. Segundo reportagem da Folha, neste ano, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, deu aval para que sete projetos de garimpo se iniciem uma uma região praticamente intocada da Amazônia, chamada Cabeça do Cachorro, localizada em São Gabriel da Cachoeira, fronteira com Colômbia e Venezuela.

Foto de uma área desmatada e cheia de barro da Amazônia
Uma das muitas áreas desmatadas da Amazônia Mario Tama/Getty Images

Segundo levantamento do jornal, é a primeira vez que projetos de pesquisa de ouro são autorizados na cidade, considerada a mais indígena do Brasil. Quando questionada, a Agência Nacional de Mineração não quis dar maiores detalhes, apenas informou que esses projetos são necessários para que jazidas de minérios sejam definidas.

 

Desde 2019, foram 81 autorizações de garimpo concedidas por Heleno, o maior número desde 2013. “A concessão de assentimento prévio para pesquisa ou lavra de ouro na região amazônica segue os mesmos ritos procedimentais que qualquer outro mineral, independente da região da faixa de fronteira em que se localiza, sob pena de causar prejuízos à União, estados e municípios caso houvesse qualquer tipo de favorecimento de uma região para outra”, divulgou a GSI em nota, que disse ainda que “não se evidenciou impedimento legal à solicitação dos interessados”.

Heleno e Bolsonaro juntos durante evento oficial em Brasília, em novembro deste ano
Heleno e Bolsonaro juntos durante evento oficial em Brasília, em novembro deste ano Andressa Anholete/Getty Images

O garimpo hoje é uma das principais causas do desmatamento na Amazônia, sendo que 73% dele ocorre em áreas protegidas, segundo o Greenpeace Brasil. Na última semana, María Neira, diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, deu o recado: “70% dos últimos surtos epidêmicos começaram com o desmatamento”.

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