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Além de proteger, máscara pode reduzir gravidade da COVID-19, diz estudo

Pesquisa realizada por cientistas nos Estados Unidos aponta que o uso do equipamento pode criar uma imunidade em nível de comunidade; entenda!

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 16 ago 2020, 12h11 - Publicado em 13 ago 2020, 15h29

Um artigo publicado no Journal of General Internal Medicine analisou pela primeira vez a possibilidade das máscaras ajudarem a diminuir o “inóculo”, ou seja, a dose do vírus da COVID-19, “levando a infecções menores, mais leves e assintomáticas”. A pesquisa foi realizada pelos cientistas Monica Gandhi e Eric Gosby, da Universidade da Califórnia, e Chris Beyrer, da Universidade John Hopkins, em Baltimore.

De acordo com os pesquisadores, além de reduzir a transmissão do coronavírus, a máscara é um acessório essencial no combate à doença por ajudar a ter uma exposição reduzida ao vírus, o que poder criar uma imunidade em nível de comunidade e diminuir a propagação do Sars-Cov-2.

Em relação às evidências estudadas pela pesquisa, foram avaliados aspectos epidemiológicos, virológicos e ecológicos. Foi analisado o controle das infecções em países onde a população já tinha o costume de usar máscaras, como Tailândia, Japão e Cingapura, ou que adotaram o uso com rapidez, e concluiu-se que eles “se saíram bem em termos de taxas de casos graves e mortes”. A pesquisa também estudou a associação entre os grandes níveis de infecções com carga viral alta no começo da pandemia a lugares onde a máscara ainda não estava sendo usada.

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“Temos dados epidemiológicos de navios de cruzeiro que também mostraram que, embora muitas pessoas tenham adquirido a COVID-19, por serem ambientes fechados, a taxa de uso de máscaras fez uma diferença muito grande”, informou o cientista Chris Beyrer.

Por não ser possível fazer testes em humanos, os cientistas usaram pesquisas realizadas em hamsters, que foram expostos ao coronavírus, porém protegidos com uma parede feita com material de máscara cirúrgica. Esses testes concluíram que os animais protegidos tinham menos chance de desenvolver a doença e os que desenvolveram não apresentaram sintomas ou tiveram quadros brandos.

O estudo ressalta a importância de políticos incentivarem o uso de máscaras de proteção e lembra que, durante a gripe espanhola de 1918, os Estados Unidos incentivaram o mascaramento universal antes e durante a pandemia, mas que, em 2020, a recomendação não foi igual.

Em um momento em que o item de proteção vem sendo abandonado em larga escala, quando ainda deveria ser usado, a pesquisa pode ser um alerta para que a população não se iluda achando que a pandemia acabou ou que o equipamento é ineficaz. “Embora o uso de máscaras possa certamente proteger os outros, a teoria do inóculo defende um grande efeito protetor para o indivíduo, e que permitirá a preservação da vida”, afirmam os cientistas.

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