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Adotar é um ato de amor que deveria ser (bem) mais praticado no Brasil

A Gi Facci, da Galera CAPRICHO, narra histórias de famílias que os abraçaram os laços do coração

Por Gi Facci, da Galera CAPRICHO Atualizado em 30 set 2020, 19h37 - Publicado em 25 set 2020, 13h00
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Divulgação/CAPRICHO

Oi, gente! Tudo bem com vocês? Quem está escrevendo para vocês aqui no “Blog Da Galera” sou eu, a Gi Facci. Desta vez, decidi abordar sobre um tema muito especial: adoção. Esse sempre foi um tema que estudei e admirei, por isso decidi escrever esta matéria para vocês, que conta com diversos relatos de pessoas que passaram pelo processo.

Antes de iniciarmos, gostaria de enfatizar os alarmantes números sobre adoção no Brasil: cerca de 44 mil crianças e adolescentes estão à espera de um lar definitivo, segundo dados do site do Senado, e cerca de 170 mil animais estão sob cuidados de ONGs*. de acordo com levantamento do G1. E mesmo com números tão grandes, que crescem a cada dia, as pessoas parecem não se importar. Todas essas vidas esperando ansiosamente por um lar EXISTEM e não devem ser silenciadas nem ignoradas. Criar consciência e comoção é o primeiro passo para que elas possam ser ajudadas.

 

Todas essas histórias são sobre pessoas que se permitiram dar uma chance para amar, ignorando os laços sanguíneos e abraçando os laços do coração. E quem sabe, se você der uma chance, pode acabar sendo surpreendida pelo destino! Veja e sinta por você mesmo:

Fátima e Natascha Arquivo Pessoal/Reprodução

Natascha e Fátima
“Eu cheguei no abrigo bem novinha, quando eu tinha só um ano de idade. Meu pai biológico costumou me visitar por alguns anos, mas, como ele tinha problemas com droga, foi proibido certa vez. Quando eu tinha sete anos, ele faleceu, e apesar das outras crianças me ajudarem a esquecer a dor, eu me sentia muito sozinha. As coisas mudaram quando eu cheguei aos 15, que foi o ano em que eu fui adota e saí do abrigo. Fui adotada pelos meus professores de religião, a Fátima e o Arley. Eu lembro que o período de adaptação foi horrível e difícil, pois eu dava muito trabalho! Eu acredito que todo esse conflito é porque a forma que me criaram no abrigo era muito diferente de como os meus pais queriam me criar, e essa realidade me assustava. Eu me lembro que durante todo o processo de adoção eu sofri muito preconceito por ser uma mulher negra. Na escola, eu sempre era excluída. Hoje, faz 12 anos que fui adotada pela minha mãe! Mesmo com todas as dificuldades que passamos, ela é o meu maior presente, nossa relação é perfeita e a considero minha melhor amiga!”

Nicoli e Doppio Arquivo Pessoal/Reprodução

Nicoli e Doppio
“Eu e minha noiva estávamos indo a uma cachoeira que tem aqui no bairro, quando começamos a ouvir alguns miados altos no caminho da trilha. Fui indo na frente, chamando, quando um gatinho magrelo e sujo veio na minha direção e ficou se esfregando em mim. Conversei com a minha noiva e concordamos que se ele estivesse ali quando voltássemos da cachoeira, levaríamos ele embora conosco. Ao voltarmos, ele estava num cantinho onde as pessoas deixaram ração e água, como se estivesse esperando por nós! Então, logo o peguei no colo e viemos para casa. Ele se adaptou super bem com o nosso outro cachorrinho e são amigos inseparáveis hoje em dia.”

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Paula e Lola Arquivo Pessoal/Reprodução

Paula e Lola
“Me enviaram um pedido de resgate com uma foto da Lola, quando ela tinha uns três meses, vagando em uma favela no Rio de Janeiro com o olho esquerdo pendurado. Ao receber o pedido, não pude ficar sem fazer nada e fui resgatar mesmo sem ter onde deixá-la. Fui com ela correndo ao veterinário, e o diagnóstico era de uma infecção muito pesada, logo. Ela foi operada e internada. Depois de 15 dias, fui buscá-la na clínica e, quando liguei para a senhora do lar temporário que eu havia arranjado, ela havia sumido. Após muitas tentativas, consegui uma amiga para ficar com ela por uns dias, mas a cachorrinha estava passando muito mal, por isso minha amiga a levou para o veterinário novamente, que levantou uma suspeita de cinomose [doença altamente contagiosa para outros cães]. Então, falei para minha amiga levá-la de volta à minha casa, onde ela ficou sob os cuidados da minha empregada (pois eu estava viajando), e eu fiquei torcendo para que ela não estivesse doente e que não passasse para ninguém e, no final, descobrimos que, na verdade, ela havia tido uma reação da vacina. O processo de adaptação dela aqui em casa foi super tranquilo, tanto para nós, tanto para os cães. Nós não tínhamos intenção nenhuma de adotar, mas ela acabou se tornando muito especial para nós então ela acabou ficando!”

A família do Marcelo Arquivo Pessoal/Reprodução

Carmem e Marcelo
“Sempre falei que ia ser mãe por adoção e sempre foi meu plano A. Ao conhecer meu esposo, que é vasectomizado, ele embarcou comigo nessa vontade sem problema nenhum, e demos entrada no processo em 2013. No dia 4/12/2018, nosso telefone tocou e, mesmo sem ver fotos e nem saber o nome, já sabia que era nosso filho, e acabou sendo um menininho de cinco anos e sete meses, lindo demais, bem do jeitinho que eu sempre sonhei. Ao entramos no abrigo, ele estava escondido atrás da cortina, todo tímido. Eu tinha vontade de abraçar e não soltar mais, lágrimas rolaram e depois de uma meia hora, ele já estava conversando conosco, mostrando suas roupinhas e brinquedos. Como estávamos de férias no período de dezembro, nós o visitávamos três vezes por semana, o que foi extremamente importante para ele, pois ele foi entendendo que nós não o abandonaríamos. No mês de abril, tivemos a nossa audiência, que foi quando ganhamos a guarda provisória de um mês, e depois teríamos a guarda permanente dele. A adaptação dele em casa foi tranquila, ele não era muito de responder, apesar de fazer muito bico. Uma das dificuldades que passamos era na questão pedagógica, pois ele veio bem fraco nessa questão de estudos. Eu e meu marido estamos totalmente realizados com o nosso filho, não imaginamos que poderíamos ser tão felizes com a chegada dele. Deus não entrega filhos trocados. Se você está disposto a amar e ser amado, tudo acontece naturalmente.”

Alice e Melly Arquivo Pessoal/Reprodução

Alice e Melly
“A Melly é uma gatinha com necessidades especiais [o nome dela vem de “Smelly Cat”, a música que a Phoebe de “Friends” canta], que apareceu na minha vida quando a encontrei na rua em 2011. Ela tinha em torno de uns cinco meses e estava com prolapso renal. Eu a levei ao veterinário e ela foi diagnosticada com uma lesão na medula espinhal e, mesmo sem ter ficado paraplégica, ela havia perdido o controle da urina e das fezes. Desde sua cirurgia em 2015, ela não consegue mais fazer as necessidades sozinhas, e eu tenho que ajudá-la. Devido a esses cuidados especiais, nós acabamos desenvolvendo uma conexão muito forte. Ela parece saber que estou cuidando dela e por isso acaba sendo sempre muito boazinha. Já deixei de ir a vários lugares por não poder levá-la comigo, mas eu prefiro mil vezes tê-la ao meu lado! É muito gratificante adotar e cuidar de um animal com necessidades especiais.”

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Espero que depois de todos esses relatos, vocês tenham entendido o quão importante e relevante é a adoção. Ela dá a chance de uma vida melhor e ainda traz muito amor. Espero que tenham gostado da matéria! Me contem o que acharam?

Beijinhos de luz,
@gih_facci

 

*Agradecimentos especiais às instituições Bartho Proteção Animal, Adote um resgatado e ResGATINHOS de São Francisco.

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