4 meninas contam como lutam diariamente contra a gordofobia
Você conhece a expressão? Já foi vítima desse tipo de preconceito? As quatro garotas abaixo já e, exatamente por isso, têm valiosos conselhos para dar.
Ver uma pessoa gorda passar e escutar alguém próximo dizer: “nossa, nunca mais vou comer na vida”. Se você já passou por uma situação como essa ou ao menos parecida… Prazer, gordofobia.
Eu conheci a expressão faz alguns meses, quando comecei a ler discussões sobre feminismo na internet. Gordofobia é a aversão que algumas pessoas sentem por outras pelo simples fato de elas serem gordas ou estarem fora do ‘padrão 36’ imposto pela sociedade.
Gabriela Teixeira, 21 anos, preferiu não ser identificada por foto
“O importante é ser feliz! Desde que não seja gorda”. Essa frase explica, basicamente, todo o conceito. Gente gordofóbica sente aversão por pessoas gordas simplesmente por elas estarem acima do peso, fazendo o que somos ensinadas desde pequenininhas a NÃO fazer: julgar um livro pela capa, rotular.
Ser gorda não significa ser necessariamente doente. Gordura de mais não significa saúde de menos. E a recíproca é verdadeira. Vale também lembrar que sedentarismo, má alimentação e hábitos nada saudáveis de vida nem sempre têm relação com o peso de uma pessoa. Logo, não podemos julgar alguém pelos quilinhos sinalizados pela balança. É preciso esquecer – de uma vez por todas! – esses “lugares comuns”.
Além da luta que eu tenho comigo mesma, ainda tenho que ouvir de pessoas próximas que se eu continuar gorda, meu namorado vai me deixar. Tenho que aturar piadas na faculdade de uma menina que disse, em alto e bom tom, que odeia gordos, porque ser gordo não é certo. Fora as piadinhas, quando você vai comprar uma roupa e pede para a vendedora o número e ela diz que lá não vendem esses tamanhos, que lá é loja para menina magra, que é melhor eu procurar uma loja plus size .
Ingrid Forato, 19 anos
É triste ver que algumas pessoas se esquecem ou preferem nem ligar para o nosso caráter e para a nossa personalidade, e pensam apenas no exterior. Não é por que estou acima do peso que sou menos legal que aquela menina magra ou menos bonita. Tenho minhas qualidades e meus defeitos, como qualquer pessoa. Ser gorda não é um problema.
Gabriela Teixeira, 21 anos, preferiu não ser identificada por foto
Engana-se quem pensa que só é possível julgar alguém que não conhecemos. Muitas vezes, a gordofobia, que não deixa de ser uma forma de preconceito, ocorre dentro de casa.
Minha avó, mesmo que sem querer, me ofende e fica falando coisas do tipo: ‘você tem que emagrecer!’, ‘você tem que pensar na sua saude!’, ‘você é tão jovem e já bonita. Magra você seria bem mais!’, ‘Nossa, Hellen, você acordou tão gorda hoje!’. Ela não vê maldade nesses comentários, mas eles acabam me machucando muito.
Hellen Haro, 22 anos
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A própria família te coloca no papel de gorda e fica te forçando a fazer regimes malucos. Mesmo sem você ter pedido nenhum tipo de ajuda.
Continua após a publicidadeIngrid Forato, 19 anos
E o que acontece quando você, de tanto ser pressionada e sofrer, resolve procurar ajuda e é vítima de gordofobia (e machismo!) dentro do próprio consultório médico?
Quando fui procurar ajuda médica, o doutor disse que homem gordo é charme, mas mulher gorda é falta de vergonha na cara. Fiquei paralisada na hora. Não estava acreditando no que tinha acabado de ouvir!
Ingrid Forato, 19 anos
O debate sobre gordofobia vem ganhando cada vez mais destaque e muitas pessoas magras questionam a discussão, dizendo que elas também sofrem preconceito. Aqui, o importante é entender duas coisas. A primeira é que o mundo está cheio de gente preconceituosa, já preparada para julgar, criticar e desrespeitar os outros de graça. É uma droga, nós sabemos, mas é verdade. A segunda é que os tais padõres impostos pela sociedade ainda hoje relacionam beleza com magreza. Vide as capas de revista, por exemplo. Mas sabia que nem sempre foi assim?
Meus pais sempre deixaram bem claro que eu não sou diferente ou inferior só porque sou gorda. É claro que algumas pessoas sempre olham torto, têm preconceito, mas eu não me importo. Faço tudo o que as outras pessoas fazem.
Gabriela Passos, 15 anos
Na Idade Média, por exemplo, as mulheres gordas eram admiradas. A magreza, por outra lado, era diretamente relacionada à falta de saúde e pobreza, por serem características das mulheres que trabalhavam no campo e não pertenciam à nobreza. Ou seja, julgamentos sempre existiram, assim como os padrões. O mais importante é se aceitar e estar feliz com o seu próprio corpo. Isso, sim, é estar dentro dos padrões de beleza, de comportamento, de felicidade, de vida! #BelezaSemTamanhoCH
Amiga, pense apenas em você! Você fica triste por você ou pelos comentários dos outros? Ame o seu corpo, ame cada pedacinho dele, pois ele é só seu e ninguém deve se sentir melhor ou pior por isso. Mas se você quiser mudar, por você, mude! Mas só por você e por mais ninguém.
Gabriela Teixeira, 21 anos, preferiu não ser identificada por foto
Você não pode se deixar levar. Você tem que ser forte, apesar de tudo! Você é linda e ninguém pode te dizer o contrário.
Hellen Haro, 22 anos
Eu nunca me deixei abalar pelo que as pessoas falavam e isso sempre fazia com que elas quebrassem a cara. Pense nisso! 😉
Gabriela Passos, 15 anos