125 tiros: boletim policial revela detalhes sobre morte de Lázaro Barbosa
Agentes registraram que morte do "Serial Killer de Brasília" ocorreu porque ele "resistiu à prisão"; veja o que foi encontrado no esconderijo do criminoso
Na manhã da última segunda-feira, 28, na região de Águas Lindas de Goiás, Lázaro Barbosa, de 32 anos, conhecido como o “Serial Killer de Brasília”, foi capturado pela polícia após 20 dias de fuga. Durante apreensão, houve trocas de tiros e o criminoso acabou sendo baleado. Até então, não se sabia quantos tiros haviam sido disparados contra o homem, mas um boletim confirmou que 125 disparos foram feitos.
Ainda não há a informação de quantas balas chegaram a acertar Lázaro, que morreu no local. No documento, a polícia conta como foi o momento em que localizaram o fugitivo. Segundo os agentes, o assassino estava numa região de mata fechada, escondido em um dos muitos locais em que ficava. Assim que avistaram Lázaro sair correndo de um rio, começaram a ser alvo de disparos. A polícia conta que o fugitivo conseguiu ainda se esconder atrás de um arbusto, de onde continuou atirando. Foi então que as autoridades começaram a contra-atacar.
“Ao nos aproximarmos mais [do arbusto], foi possível ver duas armas de fogo, uma do tipo pistola, que parou aberta com todas as munições deflagradas, e um revólver calibre 38 com 6 munições deflagradas”, contam os policiais no documento, no qual ainda relatam que, no esconderijo com Lázaro, foram encontradas munições, remédios, comida e R$ 4,4 mil em dinheiro vivo.
Confira a lista completa de itens encontrados pela polícia:
- Uma pistola;
- Um revólver calibre 38;
- Um carregador de pistola;
- Um isqueiro;
- R$ 4,4 mil em espécie
- Uma gandola Camuflada;
- Uma balaclava;
- Uma luva de pano;
- Um frasco branco com óleo;
- Um vidro branco com antibiótico Amoxicilina;
- Macarrões instantâneo;
- Tempero pronto;
- Cebola;
- Biscoitos.
A polícia registrou que providenciaram socorro ao homem ferido, que foi levado até o Centro de Comando e Controle da Operação. “Ele não deu nenhum espaço para rendição. Nós sabíamos que ele estava armado. Ele tentou fugir no primeiro cerco e no segundo ele acabou confrontado e veio a óbito(…) Outras pessoas envolvidas estavam tentando preparar a fuga dele do estado de Goiás ou até do país(…) Temos oito inquéritos cuja autoria é atribuída a ele [Lázaro]. E que nós sabemos ou entendemos que teve participação de outras pessoas ou a mando ou até na execução. As investigações vão continuar até a gente por um ponto final nessa história“, disse Rodney Miranda, Secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
O corpo do “Serial Killer de Brasília” será sepultado em Cocalzinho de Goiás, no mesmo local onde o irmão dele está enterrado. Um dia antes de sua morte, Lázaro Barbosa fez contato com a ex-esposa, com quem tinha uma filha de 3 anos, e deu R$ 300 para a criança. “Até estranhei, porque tudo o que tinha dado até hoje foi uma cesta básica(…) Nem me passou pela cabeça chamar a polícia”, comentou a ex-sogra, que preferiu não ser identificada, em entrevista ao Metrópoles.
COMPARTILHAR FOTOS DE PESSOAS MORTAS NO WHATSAPP É CRIME
De acordo com o artigo 212 do Código Penal Brasileiro, “o vilipêndio de cadáveres é considerado crime contra o respeito aos mortos. O ato de vilipendiar cadáveres ou suas cinzas pode ser punido entre um a três anos de reclusão e pagamento de multa“.
Vilipendiar um cadáver é desprezá-lo, menosprezá-lo e/ou humilhá-lo. Advogados criminalistas alertam que pessoas que compartilham fotos de gente morta no WhatsApp e nas redes sociais, e fazem memes dessas imagens, correm o risco de incriminadas, especialmente se a família se sentir afetada e recorrer à Justiça.
Se você num tem um grupo no zap que encaminhou foto e vídeo do Lazaro morto com palminha do lado você é privilegiado sim.
— André Brandt (@andrebrandt) June 28, 2021
Não demorou muito para que fotos de Lázaro Barbosa todo baleado chegasse aos civis, que começaram a compartilhar as imagens com familiares, amigos e na internet. “Como ficou o corpo de Lázaro baleado?” é uma das principais buscas do Google. Apesar de ser um caso bastante delicado, afinal o criminoso era um assassino com traços de psicopatia e tinha uma ficha criminal extensa, com três fugas da cadeia e casos de latrocínio, ainda assim a Constituição assegura direitos a todos que partiram. Não é preciso sentir empatia, mas até por respeito àquelas pessoas que são mais sensíveis a conteúdos que possam despertar gatilhos, é extremamente recomendável juridicamente que não se compartilhe imagens de pessoas mortas.