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101º procedimento estético pode ter causado a morte de modelo de 23 anos

O que esse titulo te causa? Dúvida? Agonia? Tristeza? Desilusão? Inconformismo? Ou tudo isso junto e misturado?

Por Da Redação Atualizado em 9 jun 2018, 12h00 - Publicado em 9 jun 2018, 12h00

Dizem que o principal problema de se submeter a um procedimento estético é que você sempre vai querer mais. É quase a mesma coisa que acontece (pelo menos, é o que dizem) com as loiras: quanto mais loira você fica, mais loira você quer ficar. De acordo com inúmeros cirurgiões e psicólogos, cirurgias plásticas e procedimentos estéticos podem, sim, virar um vício – muitas vezes, um mortal. Foi o que aconteceu com a modelo Kristyna Martelli, de 23 anos.

Reprodução/Reprodução

Segundo os rumores que cercam a morte da jovem, que teria falecia durante a realização de uma cirurgia em abril de 2017, Kristyna não resistiu e teria falecido ao fazer seu 101º procedimento de beleza. Um ano depois, ainda pouco se sabe sobre a tragédia que tirou a vida da garota, mas médicos e familiares garantem que Martelli já estava com o organismo muito fraco depois de se submeter a tantas cirurgias.

Fontes revelam que tudo teria começado aos 17 anos, quando a modelo teria se submetido ao seu primeiro procedimento. Ao procurar fotos da jovem na internet, é nítido que as mudanças deformaram seu corpo. Ela, contudo, não percebia isso. É como se nunca fosse o bastante, como se ela sempre precisasse de mais. De acordo com uma matéria publicada no site do Hospital Daher, a pessoa viciada em procedimentos estéticos ganha uma aparência artificial, mas não nota isso. “Além disso, ela pode ter sua saúde afetada, uma vez que cada procedimento traz um risco cirúrgico”, garante o Dr. José Carlos Daher, cirurgião plástico e fundador do Hospital Daher. Até mesmo a menor e mais simples intervenção apresenta riscos.

Que peso as redes sociais tiveram nesse morte? Kristyna Martelli era famosa no Instagram por suas curvas exageradas – mas nem sempre alguma coisa ganha fama por ser necessariamente bonita. O curioso, o diferente, o chocante também pode atrair likes. Mas dizer que o corpo da jovem não era bonito não é, de alguma forma, colocar uma mulher para baixo e julgar suas escolhas? Mas dá ainda para empoderar escolhas que podem levar à morte? A discussão é longa e com opiniões contrárias dependendo da situação. O que é preciso salientar, contudo, é que cirurgias plásticas e procedimentos estéticos viciam, e que as redes sociais são tentadoras.

Reprodução/Reprodução

Veja, por exemplo, o caso de Kylie Jenner. Desde muito nova a americana faz preenchimento labial. As ver que os lábios da famosa se tornou um dos mais cobiçados do mundo, será que as adolescentes não ficam tentadas? É claro que ficam. De acordo com um estudo realizado em 2016 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o número de cirurgias estéticas realizadas em adolescentes no Brasil mais que dobrou em um período de quatro anos. A lipoaspiração ainda é o procedimento mais procurado e as jovens costumam realizá-lo com mais frequência nas férias escolares de julho. Um artigo publicado pelo Jornal da USP, em fevereiro de 2018, complementa a informação: o Brasil lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas entre jovens. “90 mil jovens brasileiros recorrem à cirurgia plástica influenciados pela mídia”, garante o professor Jayme Farina Junior, chefe da Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP.

Durante a adolescência, o corpo passa por mudanças e, apesar de alguns médicos garantirem que, em alguns casos, aos 15 anos, muitas meninas já estão preparadas fisicamente para se submeterem a procedimentos estéticos de menor ou maior risco, é importante pensar bastante sobre a decisão – ainda mais porque não existe uma norma que regulamente com que idade uma pessoa pode começar a fazer intervenções estéticas. Lipoaspirações, contudo, são indicadas somente após os 18 anos.

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É tentador, a gente sabe que é. Ainda mais com procedimentos estéticos sendo diariamente esfregados na nossa cara com toda a “naturalidade” que só as redes sociais proporcionam. A questão é: é necessário?

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