Continua após publicidade
Gif animado com um lettering da Galera Capricho 2024, nas cores verde, azul e preto. O fundo muda de cor
https://capricho.abril.com.br/noticias-sobre/galera-capricho Galera CAPRICHO
Espaço de troca de conhecimento da Galera CAPRiCHO. Um grupo de jovens engajados de 13 a 18 anos que chamamos de leitores-colaboradores e que participam ativamente da vida da redação.
https://capricho.abril.com.br/noticias-sobre/galera-capricho Galera CAPRICHO
Gif animado com um lettering da Galera Capricho 2024, nas cores verde, azul e preto. O fundo muda de cor Espaço de troca de conhecimento da Galera CAPRiCHO. Um grupo de jovens engajados de 13 a 18 anos que chamamos de leitores-colaboradores e que participam ativamente da vida da redação.

Existe uma saída para evitar mais efeitos das mudanças climáticas?

Entender o racismo ambiental é o primeiro passo (uma matéria sobre racismo climático, bem viver e ecossocialismo).

Por Pedro Ribeiro, da Galera CAPRICHO Atualizado em 3 jul 2024, 11h05 - Publicado em 9 Maio 2024, 06h00
E

aí companheiros. Suave? Eu sou o Pedro Ribeiro, tenho 17 anos e faço parte da Galera CAPRICHO. Para minha primeira matéria aqui no site, no espaço da Galera CH, vou contextualizar vocês em uma das minhas lutas mais importantes quanto morador da baixada fluminense aqui no Rio de Janeiro, contra o que chamamos de racismo ambiental.

Mas, o que é racismo ambiental?

Esse termo se refere à junção entre a injustiça racial e a injustiça ambiental. Grupos que historicamente são menos favorecidos e que consequentemente têm menos impacto ambiental, são os mais afetados (eles não se afetam, mas são afetados por ações de outras pessoas) pelas mudanças climáticas e impactos dos eventos climáticos extremos, —desastres na natureza—, induzidos pelo homem e seu meio de produção extrativista e irresponsável.

+Aqui na CAPRICHO já te explicamos com análise de especialistas o que significa este termo.

Desastres como secas e temporais atingem grande parte do território brasileiro, mas de forma desigual quando se trata de populações marginalizadas, sendo estas: negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e de favelas.

Continua após a publicidade

Eles não são os causadores de tais desastres, tendo em vista que a maioria das emissões brutas de CO2 (75%), no Brasil são provenientes do próximo desmatamento sendo utilizado para a geração de maior quantidade de terra para o setor agropecuário, controlado pela elite brasileira, que se mantém quase intacta desde o Brasil colônia.

A pergunta que não quer calar é a seguinte: mas esse pessoal da elite também sofre com a crise climática, né? Não, eles não sofrem, no máximo lidam, mas de forma muito confortável que não afeta nem 1% de seu dia a dia.

O porquê é óbvio, além de casas com estrutura o suficiente para passar por temporais e refrigeração boníssima para acomodar seus moradores durante o calor extremo, eles têm dinheiro e poder, o mundo é deles! Se sentirem calor podem pegar um voo de algumas horinhas para os alpes suíços. Que chique, né?

O racismo climático é uma questão crucial para a justiça socioambiental e precisa ser abordado de forma combativa.

Continua após a publicidade

Como combater o racismo ambiental? 

Escrito por Alberto Acosta, membro da assembleia constituinte do Equador em 2007, e responsável por incluir os direitos da natureza na constituição equatoriana, a obra “O Bem viver”*, traz o conceito do Sumak Kausay, que não é apenas sobre viver bem como indivíduo, mas sim uma proposta de construção civilizatória baseada na utopia de uma sociedade solidária e ecológica.

O livro também defende a superação do desenvolvimentismo ocidental europeu que foi e é posto como padrão de construção de sociedade, mesmo atualmente tendo suas falhas abissais aparentes e afetando milhares de vidas para o pior.

A verdade é que o padrão de produção ocidental (e quando digo ocidental, quero dizer capitalista), só beneficia a elite mundial, enquanto quem de fato constrói e produz é desvalorizado e não vive bem. Novamente, o Sumak Kausay é uma filosofia indígena, que descoloniza a montagem e funcionamento de uma civilização, e faz com que essa esteja na mais pura harmonia com a natureza

Minha citação favorita da obra, diz o seguinte: “O Bem Viver recupera esta sabedoria ancestral, rompendo com o alienante processo de acumulação capitalista que transforma tudo e todos em coisa.”

Continua após a publicidade

O livro não nos oferece um sistema político e econômico, ele nos cede uma ideia, uma filosofia, um pensamento. Que vai de embate ao cansativo e desigual sistema capitalista, mas também, o produtivismo marxista. E daí surge o ecossocialismo.

Um outro filósofo e professor que eu gosto muito, Michael Löwy, afirma que o ecossocialismo “[Ele é] uma alternativa civilizatória radical, fundada nos argumentos básicos do movimento ecológico e na crítica marxista da economia política. Ele opõe, ao progresso destrutivo capitalista, que está levando o mundo a uma catástrofe ecológica sem precedente, uma política fundada em critérios não-mercantis: as necessidades sociais e o equilíbrio ecológico. O ecossocialismo é, ao mesmo tempo, uma estratégia política anticapitalista, que busca a convergência das lutas sociais e ecológicas”.

Ele defende que a expansão do sistema capitalista é, na em grande parte, a causa da exclusão social, da pobreza e da degradação ambiental. Mas existem várias maneiras de criar caminhos parar buscar soluções, e se organizando é a mais efetiva delas. Eu vou recomendar alguns perfis das redes sociais pra vocês se conectarem mais com o assunto.

Juventude Ecossocialista Travessia – @travessiajuv e @travessia.rj

Continua após a publicidade

Bruno Araújo – @brunopeloclima

Amanda Costa – @souamandacosta

Suberta – @subvertamos

*As vendas realizadas através dos links neste conteúdo podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril.

Publicidade