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Por que pomadas modeladoras de cabelo foram proibidas pela Anvisa?

Após relatos de cegueira temporária, o produto foi recolhido pela agência fiscalizadora.

Por Adrieny Magalhães Atualizado em 1 jan 2024, 14h00 - Publicado em 1 jan 2024, 08h00

Para definir cabelo cacheados e crespos, modelar o famoso baby hair, auxiliar a fazer tranças… São diversas as utilizações das pomadas modeladoras, que estão presentes no dia a dia principalmente de pessoas cacheadas e crespas que adoram estilizar os fios de uma forma diferente.

Por isso, muita gente ficou em sinal de alerta após a determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que proíbe a comercialização desses produtos. A medida foi determinada para todas as pomadas do mercado, exclusivamente pela suspeita de que alguns desses produtos estejam causando cegueira temporária e permanente nos consumidores.

Mas, como assim? A CAPRICHO conversou com especialistas para entender o que rolou. “Produtos com alto teor de óleo não devem ser aplicados próximo ao couro cabeludo, pois podem causar a dermatite seborreica e irritação, que, se não tratadas, podem levar a queda e quebra dos fios”, explica a dermatologista Fernanda Nichelle. 

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Dependendo do produto e da forma de aplicação, as pomadas modeladoras podem ser prejudiciais não só para os olhos, mas também para o couro cabeludo. A naturalista capilar Paula Breder afirma que relatou os malefícios das pomadas sintéticas para o couro cabeludo e saúde dos seus clientes e destaca que a Anvisa demorou para tirar esses produtos do mercado.

A influenciadora digital Bielle Elizabeth compartilhou sua experiência negativa com o produto de beleza nas redes sociais.

“Eu usei a pomada no meu cabelo para fazer o meu baby hair e, em seguida, fui trabalhar em um evento. Choveu, peguei chuva e automaticamente a pomada escorreu nos meus olhos e, na mesma hora, tive reação.”

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Bielle foi ao banheiro logo em seguida e lavou os olhos com água em abundância, mas relata que já não estava enxergando e a dor só piorava, o que a fez ir ao pronto socorro.

Ela teve cegueira temporária e gastou mais de R$ 400 em remédios e colírios. Ela conta que foi uma situação desesperadora, que a deixou dependente de amigos e familiares e chegou a causar crises de pânico.

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Agora, Bielle está 100% recuperada, mas afirma que a médica responsável por seu tratamento viu mais de 140 casos iguais a esse e que, inclusive, uma das pacientes que atendeu não conseguiu recuperar a visão.

As recomendações da Anvisa

Você tem algumas pomadas por aí e não sabe o que fazer com elas? A recomendação é que você pare de usar os produtos, pelo menos até as investigações da agência terminarem, as quais têm um prazo de até 90 dias – ou seja, devem acabar apenas no mês de maio.

Evite comprar ou usar as pomadas desse tipo e, caso tenha feita o uso, lave o cabelo com cuidado e com a cabeça inclinada para trás. Em caso de contato com os olhos, lave-os com água em abundância e procure o serviço de saúde mais próximo se notar ardência ou dor. Se tiver percebido algum problema como o relatado por Bielle, notifique a Anvisa através deste formulário.

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O assunto repercutiu bastante nas redes sociais e abriu espaço para discussões importantes sobre racismo e saúde pública. Dá uma olhada:

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E agora, como substituir as pomadas?

Felizmente, o mercado conta com muitos produtos que podem auxiliar na finalização dos fios, como mousses, cremes e até mesmo óleos vegetais 100% naturais. Paula Breder sinaliza a importância de escolher produtos capilares que possuam ativos naturais na composição. Assim, você cuida do seu cabelo e também da sua saúde, que tem que estar sempre em primeiro lugar.

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