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Vero: todas as polêmicas por trás da rede social do momento

Machismo, salários atrasados, históricos de corrupção e mais!

Por Amanda Oliveira Atualizado em 4 mar 2018, 13h30 - Publicado em 4 mar 2018, 13h30

Nos últimos dias, uma nova rede social com muito potencial para substituir o Facebook fez barulho na internet. Sem anúncios e com feeds organizados em ordem cronológica, a Vero promete uma conexão mais real com os usuários. O app achegou a somar mais de 500 mil downloads nos primeiros dias de lançamento, mas novas descobertas sobre a empresa fizeram com que vários internautas abandonassem suas contas e pedissem o fim da plataforma.

Vero/Reprodução

Quem entra no site da Vero e procura os nomes dos funcionários da empresa, se depara com uma certa “curiosidade”: há apenas uma mulher no time. A designer Suraya Dodge é a única integrante feminina entre os 22 homens que comandam a equipe. Com esse cenário, fica bem difícil acreditar que a empresa ofereça um espaço igualitário e saudável para as mulheres. Será que a voz de Suraya é realmente ouvida durante as reuniões?

Além disso, um dos rostos por trás da Vero tem um histórico polêmico, que só agora veio à tona. Ayman Hariri, fundador e CEO da rede social, é um bilionário libanês que também foi vice-presidente executivo da Saudi Oger, uma antiga empresa de construção civil que pertencia à família. O pai dele, Rafic Al Hariri, foi o Primeiro-Ministro do Líbano e se envolveu em diversos escândalos de corrupção durante os anos em que assumiu o cargo. Rafic acabou sendo assassinado em uma explosão de um carro-bomba, em 2005.

Ayman Hariri, fundador e CEO da Vero. Andrew Toth/Getty Images

Na época em que Ayman estava na administração, a Saudi Oger recebeu mais de 31 mil denúncias de funcionários que não recebiam seus salários. Esses trabalhadores eram forçados a viver em acampamentos superlotados e muitos deles afirmaram que alimentos, água e cuidados médicos foram negados pela empresa.

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A situação ficou tão crítica que o governo da Arábia Saudita decidiu fornecer cestas básicas e outros suprimentos necessários para os empregados, que vinham de regiões pobres e não conseguiam sustentar as famílias sem o dinheiro. Ainda sem pagar as dívidas, a Saudi Oger decretou falência em setembro de 2017.

Até então, nem Ayman nem a empresa se pronunciaram sobre as polêmicas. Na internet, a hashtag #DeleteVero pede para que as pessoas excluam a rede social e não deem lucro para uma empresa e um empresário machistas.

Nem chegou e já flopou? Parece que sim. E merecidamente, não?

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