O que significa ‘alerta laranja’ de baixas temperaturas e como se proteger

Até o momento, segundo o Inmet, estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, ou seja, praticamente toda a região sul do país, está em alerta.

Por Andréa Martinelli 24 jun 2025, 19h00
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os últimos dias, diversas cidades brasileiras receberam o chamado alerta laranja, um aviso emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para indicar a possibilidade de fenômenos meteorológicos intensos, como tempestades, ventanias ou calor extremo.  Mas, desta vez, o alerta foi referente ao frio extremo que algumas localidades devem enfrentar agora neste início de inverno.

Mas, afinal, o que esse alerta realmente quer dizer — e por que ele tem se tornado cada vez mais frequente?

Talvez você, leitor e leitora de CAPRICHO, nunca tenha vivido este tipo de questão climática (justamente por ser adolescente ou jovem demais), mas sabe muito bem que isso é reflexo de algo que falamos muito por aqui e têm afetado muita gente: a crise gerada pelas mudanças climáticas.

Até o momento, segundo o Inmet, estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, ou seja, praticamente toda a região sul do país, está em alerta.

Por lá, cidades de serra como  Cambará do Sul, Vacaria, Bom Jesus, São Francisco de Paula (RS) e Urubici, Urupema, São Joaquim, Bom Jardim da Serra (SC) podem registrar temperaturas abaixo de 0 °C, com risco de neve e geada.

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Mais acima, praticamente todo o estado de São Paulo está com queda brusca prevista para esta semana, com temperaturas mínimas caindo de 16 °C para cerca de 9 °C e máximas entre 14 °C e 16 °C.

Mato Grosso do Sul, parte de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rondônia terão declínio superior a 5 °C; Minas Gerais registra cerca de 30 cidades em alerta, com risco à saúde humana.

Ou seja, é preciso atenção com a saúde nos próximos dias: é hora de tirar a sua melhor roupa de frio do armário ou até doar aquelas que você não usa mais.

Esse momento deveria ser tratado igual ao alerta emitido na Copa da Fifa que acontece atualmente em Nova York, o weather alert. A sinalização indica altas temperaturas, raios, ventos, chuvas e paralisa os jogos, gerando atrasos, deixando os fãs e torcedores irritados, mas garantindo a segurança de todos.

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Afinal, o que o alerta laranja indica, CAPRICHO?

Na escala do Inmet, o alerta laranja é o segundo mais grave, abaixo apenas do alerta vermelho. Ele indica perigo moderado a alto, com risco real de danos estruturais, cortes de energia, alagamentos, quedas de árvores ou impactos à saúde, dependendo do fenômeno em questão.

Quando se trata de chuvas intensas, por exemplo, o alerta laranja pode significar precipitações entre 30 e 60 mm por hora ou até 100 mm por dia, acompanhadas de rajadas de vento de 60 a 100 km/h.

Em episódios de ondas de calor, o alerta laranja é disparado quando as temperaturas ficam 5°C ou mais acima da média por um período de pelo menos três dias consecutivos — representando risco à saúde, sobretudo para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

Qual a conexão com as mudanças climáticas?

O aumento da frequência e intensidade dos alertas laranja no Brasil e no mundo está diretamente relacionado à crise climática. O aquecimento global altera os padrões do clima, provocando eventos extremos mais intensos e imprevisíveis. Regiões que antes não sofriam com longos períodos de calor extremo agora enfrentam recordes de temperatura.

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Da mesma forma, chuvas torrenciais ocorrem em intervalos mais curtos, com maior volume, aumentando o risco de enchentes e deslizamentos.

Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam que, sem a redução urgente das emissões de gases de efeito estufa, eventos como os que acionam o alerta laranja devem se intensificar nas próximas décadas — afetando principalmente populações vulneráveis e sistemas urbanos mal preparados.

O alerta laranja é um sinal claro de que o clima está mudando rápido. Se antes os eventos extremos eram exceções, hoje já fazem parte da rotina.

Quais cuidados devemos tomar?

Receber um alerta laranja exige atenção e preparação. Veja algumas medidas recomendadas:

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Durante tempestades: Evite áreas alagadas ou com histórico de deslizamento. Desligue aparelhos eletrônicos da tomada e fique longe de janelas. Não se abrigue sob árvores ou estruturas metálicas.

Em períodos de calor extremo: Hidrate-se constantemente e evite exposição ao sol nos horários mais quentes (entre 10h e 16h). Use roupas leves e mantenha ambientes bem ventilados. Cuide especialmente de idosos, crianças e pets.

Em períodos de temperaturas abaixo da média, muitas vezes chegando a valores abaixo de 5°C em locais não habituados a frio intenso, é preciso agasalhar-se bem e evitar exposições prolongadas ao ar livre, especialmente nas primeiras horas da manhã e à noite.

Em qualquer cenário é importante acompanhar as atualizações dos órgãos oficiais como Inmet e Defesa Civil.

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No caso do frio extremo, quais são as principais recomendações?

Sabemos que é de conhecimento geral, mas não custa reforçar que é importante manter hidratação e alimentação adequadas, mesmo no frio. E, caso você more com seus pais, avós, irmãos, tios e até pets, é preciso redobrar a atenção com o outro, viu?

Em casa, muitas vezes uma solução é ligar o aquecedor para o ambiente ficar mais confortável. Mas cuidado para não usá-lo de forma insegura. Não faça braseiros ou coloque churrasqueiras em ambientes fechados. Elas podem gerar intoxicações e deixar o ar ainda mais seco.

Você também pode apoiar ou acionar serviços de assistência social, caso veja pessoas desabrigadas em risco, especialmente em regiões onde o clima rigoroso não é comum e onde as pessoas estão menos preparadas para enfrentar baixas temperaturas.

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