O que é o metanol, substância utilizada em bebidas adulteradas em SP
Substância tóxica usada em produtos industriais pode causar cegueira, danos neurológicos e até a morte quando misturada em bebidas alcoólicas.

ocê já ouviu falar em metanol? Nas últimas semanas, o nome dessa substância apareceu em várias manchetes de jornais, em especial, em São Paulo. Mas não foi por um bom motivo. Um caso grave em São Paulo, envolvendo jovens que passaram mal após consumir gin adulterado, acendeu um alerta sobre juventude e consumo de bebidas em locais inseguros.
Um estudante de 22 anos, identificado como Diogo Marques, relatou que perdeu a visão por horas após consumir uma bebida alcoólica. Ele não fazia ideia, mas o gin que ele tomou estava misturado com metanol, uma substância química extremamente tóxica. O caso foi relatado em uma reportagem super extensa no último domingo (29), no Fantástico.
Um amigo de Diogo, Rafael, permanece em coma há mais de 20 dias, internado em estado crítico. O caso ganhou repercussão nacional, alertando desde autoridades nacionalmente, a nossa galera e os pais e responsáveis.
Mas o que é o tal do “metanol”?
O metanol é um tipo de álcool, assim como o etanol (o que a gente encontra nas bebidas alcoólicas comuns), mas completamente impróprio para consumo humano. Ele é utilizado principalmente na indústria como solvente, anticongelante, combustível e em produtos de limpeza.
O grande perigo do metanol é que ele é quase invisível aos sentidos humanos: ele não tem gosto forte nem cheiro marcante, o que faz com que pessoas possam consumi-lo sem perceber que estão diante de uma substância tóxica.
O metanol é perigoso porque…
Quando a substância entra no corpo, ele é processado pelo fígado e transformado em outros compostos extremamente tóxicos: formaldeído e ácido fórmico. Esses elementos afetam diretamente o nervo óptico e o sistema nervoso central, podendo causar, anote aí (mesmo que mentalmente):
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Cegueira temporária ou permanente
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Vômitos, dores de cabeça intensas e tontura
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Parada respiratória
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Danos irreversíveis ao cérebro
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Coma
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Morte, em casos mais severos
A intoxicação pode acontecer com doses muito pequenas, e os primeiros sintomas costumam surgir entre 6 e 24 horas após o consumo — exatamente o caso do Diego, relatado pelo Fantástico.
Mas como ele foi parar nas bebidas, CAPRICHO?
Bem, ainda não existe uma resposta para essa pergunta, viu? As autoridades estão investigando e o que sabemos até agora é que a polícia já identificou o local em que Diego e Rafael consumiram a bebida, apreendeu garrafas do gin suspeito e encaminharam para perícia.
O Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo confirmou que, nos últimos meses, houve pelo menos seis casos investigados de intoxicação por metanol — com dois óbitos confirmados e vários internados.
Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo G1, as garrafas de gin, latas de energético e gelo de coco foram compradas no dia 30 de agosto em uma adega localizada na Avenida Presidente João Goulart, no Jardim Malia II, região da Cidade Dutra, na Zona Sul da capital. O grupo de amigos costumava frequentar o local.
Algumas bebidas falsificadas ou adulteradas, geralmente vendidas com preços muito abaixo do normal ou sem procedência clara, contém a substância. Criminosos misturam metanol no lugar do álcool comum (etanol), para baratear os custos e enganar o consumidor.
Essas bebidas adulteradas circulam principalmente em festas clandestinas, distribuidores não regulamentados ou vendas informais. Então, sempre que for sair com amigos e amigas para se divertir, lembre-se: bebida só em lugares confiáveis e desconfie de bebidas muito baratas ou sem marcas conhecidas, sem lacre ou procedência duvidosa.
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