O escândalo das influencers que divulgaram site acusado de tráfico humano

Segundo investigações, as principais vítimas da empresa, divulgada pelas influs brasileiras, são jovens entre 18 e 22 anos da África, América Latina e Ásia

Por Da Redação 2 out 2025, 17h17
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nfluenciadoras brasileiras anunciaram, recentemente, uma “oportunidade única” para seus seguidores: um emprego de até 680 dólares por mês, com todas as despesas de acomodação e passagens aéreas pagas, seguro médico, além de outros benefícios. Os participantes do tal “Programa Start”, divulgado por nomes como Aila Loures, MC Thammy e Catherine Bascoy, atuariam ao longo de dois anos nas áreas de “hospitalidade, alimentação, produção e logística”.

Sim, pelo anúncio, parece uma bela chance para um jovem que sonha em morar fora. Mas o que as influenciadoras não contaram é que esse programa é, na verdade, o Alabuga Start, uma iniciativa de recrutamento vinculada à Zona Econômica Especial de Alabuga, no Tartaristão, Rússia, que está sendo acusada de tráfico humano.

Diversas investigações recentes apontaram que essa oportunidade da Star, vendida especialmente para mulheres entre 18 e 22 anos da África, América Latina e Sudeste Asiático, é uma maneira ilícita de solucionar a escassez de mão de obra na Rússia. Essas jovens estrangeiras acabam trabalhando, de forma forçada, na linha de montagem de drones militares usados pelo exército russo na guerra na Ucrânia.

Como noticiou a VEJA, as práticas do programa já despertaram a atenção da Interpol e de entidades de direitos humanos, que classificam o caso como possível tráfico humano — crime de repercussão internacional.

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A resposta das influenciadoras

Após a repercussão do caso, Aila Loures, MC Thammy e Catherine Bascoy, que fizeram publicidade para a empresa, se pronunciaram em suas redes sociais. As três afirmaram que, antes de fechar o contrato, analisaram os documentos e não acharam nenhuma regularidade.

“Eu nunca concordaria nem apoiaria nada que fosse prejudicial às pessoas. Fiz a publi contratada, porque mostraram muitas coisas pra comprovar que, de fato, o programa existe, inclusive apresentando documentações. Também verificamos que essa publi estava sendo feita por influenciadores muitos grandes”, escreveu MC Thammy, que afirmou também que, após saber das acusações, apagou o post e acionou sua equipe jurídica. 

Aila Loures também falou que, antes de aceitar a campanha, verificou que estava 100% legal. “Eu jamais faria esse tipo de coisa intencionalmente por nenhum valor ou dinheiro. Nunca faria isso, pois vai contra tudo em que acredito e zelo”, afirmou a influenciadora.

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Catherine Bascoy também se posicionou, por meio de uma nota oficial, dizendo: “Ao meu ver, tudo parecia estar em conformidade. Minha intenção nunca foi, e jamais será, prejudicar quem me acompanha; muito pelo contrário, sempre busquei ser responsável e criteriosa em minhas escolhas”, destacou, acrescentando que está tomando providências para que as acusações sejam devidamente esclarecidas.

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