O dia em que o mundo parou: Por que 11 de setembro de 2011 mudou tudo

E afeta as nossas vidas até hoje.

Por Andréa Martinelli 11 set 2025, 19h25
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oje é 11 de setembro de 2025. Para você, essa data pode parecer algo saído de um livro de história ou de um documentário. Mas há exatamente 24 anos, em 2001, o mundo parou para assistir, ao vivo e em choque, a um evento que viraria uma página na história moderna e moldaria os próximos anos da política e economia mundial.

Na manhã daquela terça-feira, eu, Andréa Martinelli, estava no horário de saída da escola e com minha cabeça de adolescente, como você aí do outro lado, entendi que “um pedaço do mundo havia sido destruído”, como se, literalmente, o mundo agora tivesse um pedaço a menos e fosse mais semelhante a uma maçã mordida do que uma bola completa. E só quando cheguei em casa e liguei a televisão para assistir o jornal o é que entendi o que estava acontecendo.

Ali, 19 terroristas do grupo extremista Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais nos Estados Unidos. O plano era usá-los como mísseis gigantescos contra alvos simbólicos do poder americano, como o Pentágono e as Torres Gêmeas.

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O resultado foi devastador: quase 3.000 pessoas morreram, incluindo cidadãos de mais de 90 países diferentes — e os próprios homem-bomba que dirigiam os aviões. Eram pessoas comuns, indo trabalhar, viajando, vivendo suas vidas. Depois desse dia, as regras mudaram, e o mundo em que você nasceu e cresceu foi diretamente moldado por esses acontecimentos.

O que aconteceu exatamente naquele dia, CAPRICHO?

Vamos começar pelas chamadas “Torres Gêmeas”. Elas eram um complexo comercial em Nova York, chamadas de World Trade Center e representavam o poder econômico do país, já que muitas empresas do mercado imobiliário, financeiro – e outros — escolheram os prédios para ser seus escritórios principais. Dois aviões atingiram os prédios e o impacto e os incêndios causaram o colapso das duas torres, em uma cena que marcou a memória coletiva.

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Logo depois, um terceiro avião atingiu a sede do Departamento de Defesa dos EUA, o centro do poder militar do país. Conhecido como “Voo 93”, um quarto avião não conseguiu atingir seu alvo (provavelmente o Capitólio ou a Casa Branca, em Washington D.C.). O avião acabou caindo em um campo na Pensilvânia.

E qual foi o impacto global disso, então?

Foi como um efeito dominó, sabe?  O impacto do 11 de Setembro foi muito além da poeira, das mortes de milhares de pessoas e dos escombros em Nova York. Ele deu início a uma série de mudanças drásticas na economia e na geopolítica que sentimos até hoje.

Um exemplo é: sua viagem de avião nunca mais foi a mesma. Antes de 2001, viajar de avião era muito mais simples. A segurança nos aeroportos era básica. Foi com os acontecimentos dessa data que regras que você conhece hoje foram criadas, como:

  • tirar sapatos e notebooks da mala;
  • passar por scanners corporais;
  • proibições de líquidos acima de 100 ml na bagagem de mão;
  • portas de cabine blindadas.

Tudo isso nasceu do medo de que um ataque como aquele se repetisse. Ali também começou a chamada “Guerra Ao Terror’. Em resposta aos ataques, os Estados Unidos, sob o presidente George W. Bush, declararam uma verdadeira guerra ao terrorismo.

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O alvo não era um país, mas uma rede terrorista (a Al-Qaeda). Isso levou a duas das guerras mais longas e impactantes do século XXI:

  1. A Invasão do Afeganistão (2001) para derrubar o regime do Talibã, que dava abrigo à Al-Qaeda e a seu líder, Osama bin Laden.
  2. A Invasão do Iraque (2003), sob a controversa alegação (que depois se provou falsa) de que o país possuía armas de destruição em massa e tinha ligações com o terrorismo.

Essas guerras redesenharam o mapa político do Oriente Médio, causaram crises de refugiados que afetam a Europa até hoje e custaram trilhões de dólares e centenas de milhares de vidas.

E, talvez, uma das consequências mais tristes e duradouras. As ações de um grupo de extremistas foram injustamente associadas a uma das principais religiões do mundo, o Islamismo.

Isso alimentou uma onda global de preconceito, discriminação e crimes de ódio contra muçulmanos, criando estereótipos que persistem até hoje e aprofundando divisões culturais.

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Além disso, é importante lembrar: com o pretexto de garantir a segurança, governos do mundo todo, liderados pelos EUA, criaram leis que permitiram uma vigilância muito maior sobre os cidadãos. E-mails, telefonemas e atividades online passaram a ser monitorados em uma escala sem precedentes. Isso deu início ao debate que temos hoje sobre privacidade de dados, o poder das big techs e os limites do controle do Estado.

Por que isso importa para você, em 2025?

Entender o 11 de setembro é crucial porque ajudam a explicar como funciona a geopolítica atual, a segurança no nosso dia a dia e, também, a entender o preconceito contra algumas religiões do oriente médio (ah, e isso ainda é tema para o Enem, tá?)

Muitas das tensões no Oriente Médio e as complexas relações entre o Ocidente e nações de maioria muçulmana têm raízes diretas a partir deste acontecimento. Da câmera na rua ao detector de metais no aeroporto, você vive em um mundo que prioriza a segurança, muitas vezes em detrimento da privacidade – e isso tem total relação com os ataques.

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