Greta Thunberg denuncia maus-tratos após ser detida por forças israelenses
Ativista sueca alega estar sendo submetida a tratamento degradante e estar sendo mantida em cela infestada por percevejos, sem comida e água suficientes.

A ativista ambiental Greta Thunberg estaria sofrendo maus-tratos durante sua detenção em Israel, após ser retirada de uma flotilha – grupo de embarcações que navegam juntas em uma missão comum, que levava ajuda humanitária a Gaza. De acordo com documentos e depoimentos obtidos pelo The Guardian, ela ficou em uma cela infestada de percevejos, com pouca comida e água, além de desenvolver erupções cutâneas devido às condições.
TRATAMENTO DEGRADANTE
Segundo relatos repassados ao Ministério das Relações Exteriores da Suécia, Thunberg permaneceu longos períodos sentada em superfícies duras e sofreu desidratação. Outro preso afirmou que ela foi obrigada a segurar bandeiras enquanto era fotografada pelos soldados israelenses.
O ativista turco Ersin Çelik disse à agência Anadolu que Greta foi arrastada pelos cabelos diante de todos, agredida e forçada a beijar a bandeira de Israel, descrevendo o ato como uma forma de intimidação coletiva. Já o jornalista Lorenzo D’Agostino, também integrante da flotilha, relatou após voltar a Istambul que Thunberg foi “embrulhada na bandeira israelense e exibida como um troféu”.
FLOTILHA GLOBAL SUMUD
A flotilha Global Sumud buscava levar ajuda humanitária e protestar contra o bloqueio marítimo imposto por Israel a Gaza. Greta estava entre 437 ativistas, parlamentares e advogados que compunham as mais de 40 embarcações participantes. Entre os dias 2 e 3 de outubro, todas foram interceptadas, e os tripulantes levados a prisões israelenses. A maioria está detida no complexo de Ketziot, no deserto de Negev, usado normalmente para palestinos acusados de ligação com grupos armados.
Tradicionalmente, ativistas dessas flotilhas são fichados e deportados. Desta vez, porém, autoridades israelenses os classificaram como “terroristas” e os mantiveram detidos, segundo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.
REAÇÃO INTERNACIONAL
O governo sueco informou que seus diplomatas em Tel Aviv visitaram nove cidadãos presos, incluindo Greta, cobrando acesso a advogados, comida, água potável e cuidados médicos. Organizações de direitos humanos como a ONG Adalah também denunciaram violações, alegando que os detidos não têm recebido assistência adequada.
Israel, em comunicado à imprensa internacional, negou todas as acusações, chamando os relatos de “mentiras completas” e assegurando que todos tiveram alimentação, água, atendimento médico e apoio jurídico durante a detenção.