Gil do Vigor se torna diretor do Sport após ataque homofóbico do clube
O economista vai comandar o departamento de inclusão e diversidade do clube
Em maio de 2021, Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor, foi vítima de um ataque homofóbico por parte de Flávio Koury, conselheiro do Sport Club do Recife. Mais de um ano depois do caso, o economista e ex-BBB se tornou diretor do departamento de de inclusão e diversidade do clube.
A entrada de Gil na posição veio após a vitória de Yuri Romão, que recebeu 96,5% dos votos para se reeleger como presidente do clube pernambucano, ultrapassando seu adversário Luciano Biva.
“Deu certo! Com mais de 96% dos votos. Me sinto honrado demais e vamos trabalhar”, celebrou Gil nas redes sociais. “Pelo Sport TUDO”, completou.
Deu certo! Com mais de 96% dos votos. Me sinto honrado demais e vamos trabalhar! Pelo SPORT TUDOOOOO. https://t.co/FQS5YOMIw6
— GIL DO VIGOR (@GilDoVigor) December 16, 2022
Relembre o caso
Em um áudio vazado, o conselheiro Flávio Koury foi ouvido dando declarações homofóbicas sobre um vídeo em que Gil aparece dançando com a camisa do Sport durante uma visita que fez ao estádio do clube.
“1,2 milhões de visualizações. Arretado. 1,2 milhões de pessoas achando que o Sport só tem viado, só tem p***, só tem galinha, só tem bicha. É bom, muito bom, um marketing arretado. Vai vender a camisa, rapaz. A viadagem todinha vai comprar, vai ser lindo”, disse Koury na gravação, gerando revolta do público nas redes sociais.
Parte II
Advogado Flavio Koury sobre a dança de Gil do Vigor no Sport: “1,2 milhões de visualizações. Arretado! 1,2 milhões de pessoas achando que o Sport só tem viado, só tem bicha. Vai vender é camisa. A viadagem todinha vai comprar… Vai ser lindo!” https://t.co/dbDMfvOHhW pic.twitter.com/AU6v60ROmq
— José Matheus Santos (@matheuscomunica) May 14, 2021
Depois da divulgação do áudio, Gil se manifestou e desabafou sobre a dor que sentiu ao ouvir as palavras de Koury mas afirmou que não perderia sua alegria e que iria tomar as providências necessárias.
Primeiro ataque homofóbico que me deparo após o BBB e posso garantir, ainda machuca MUITO! Mas sigo firme e providências serão tomadas. Tirando o dia off para não perder minha alegria por tudo que venho vivendo…… É muita dor!
— GIL DO VIGOR (@GilDoVigor) May 14, 2021
Após o ocorrido, os jogadores entraram em campo com camisetas que traziam uma homenagem ao economista, contando com o apelido “do Vigor” no nome de cada um, além de uma faixa com a frase “Não à homofobia”.
Os jogadores do Sport entraram em campo na final do campeonato pernambucano com camisas personalizadas em homenagem ao Gil do Vigor e a braçadeira do capitão está com a 🏳️🌈
As camisas também serão vendidas e todo o valor arrecadado será doado para uma ONG LGBT de Recife. pic.twitter.com/qeDgvbJbvz
— Fábio Felix (@fabiofelixdf) May 16, 2021
Apesar do apoio prestado pela torcida e pelo time, o conselho do Sport decidiu por não punir Flávio Koury, ocasionando na renuncia de Romero Albuquerque , que foi responsável por vazar os áudios e condenar a atitude de Koury.
Em nota, o Sport se manifestou dizendo que “o Sport Club do Recife é de todos” e afirmando não concordar com a atitude do Conselho Deliberativo, mas disse que não poderia intervir nas decisões tomadas por ele.
— Sport Club do Recife (@sportrecife) November 10, 2021
Em um vídeo para TV Globo, Gil do Vigor se mostrou decepcionado com a decisão: “Eu fico triste pelo fato de ver que a homofobia continua sendo naturalizada. E mesmo com o apoio da torcida, gente… Eu sou tão grato, obrigado à torcida do Sport, aos jogadores mas, infelizmente, não senti o mesmo apoio de todas as instâncias, de pessoas que precisam aprender”, declarou.