Fernando Cury é condenado por importunação sexual contra Isa Penna

Na sentença, juíza destacou a violência política de gênero praticada por Cury contra a ex-parlamentar, Isa Penna, no plenário da Alesp, em 2020

Por Da Redação Atualizado em 29 out 2024, 18h04 - Publicado em 7 dez 2023, 12h15

O ex-deputado estadual Fernando Cury (União Brasil) foi condenado nesta quarta-feira (6) pelo crime de importunação sexual contra a ex-parlamentar Isa Penna (Pc do B). O crime aconteceu no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em 2020. A defesa de Cury informou que vai recorrer da decisão.

A decisão foi proferida pela juíza Danielle Galhano Pereira da Silva, da 18ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que condenou Cury a pena de 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão em regime aberto. A punição poderá ser substituída pelo pagamento de 20 salários mínimos para entidades de cunho social, segundo informações do jornal Estado de S. Paulo.

Na sentença, a juíza disse que, pelas imagens, fica evidente a conotação sexual com que Cury se aproximou de Penna. “Tem-se no presente caso a violência à dignidade sexual da vítima e, também, a violência política de gênero contra ela”, disse.

No vídeo que circulou nas redes sociais em 2020, Cury se aproxima de Isa Penna, que estava conversando com o presidente da Alesp na época, Cauê Macris. Cury se aproxima de Penna e passa a mão na lateral do seu corpo, nos seios. Logo na sequência, Penna vai ao plenário e relata o que aconteceu.

Em sua conta do Instagram, a ex-parlamentar comemorou a condenação de Cury e dedicou o momento a todas as mulheres que a ajudaram no processo. “Esse é um passo numa guerra que deve ser travada contra a violência política de gênero no Brasil. Espero que a luta e a vitória sirvam de inspiração para muitas entrarem na política e mudarem essa realidade, minha solidariedade e admiração a todas que apesar do machismo, conseguiram permanecer ativas na política”, escreveu Penna.

Continua após a publicidade

“Ser vítima de violência sexual é uma ruptura na vida de qualquer uma, a vida de trabalhadoras é interrompida por violências como essa todos os dias, eu tive que reagir á altura por elas, por mim e pelo sonho maior que qualquer indivíduo, de ver uma sociedade sem opressão ou exploração”, concluiu.

 

Publicidade