Continua após publicidade

Falas de governador e jornalista expõem desigualdades na tragédia do RS

Defesa civil atualizou boletim e número de mortos subiu para 151 e existem mais de 800 pessoas feridas em todo o estado do Rio Grande do Sul.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 29 out 2024, 15h48 - Publicado em 16 Maio 2024, 06h00
E

m meio às notícias sobre a tragédia que vive o estado do Rio Grande do Sul, declarações do governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), e da jornalista Sandra Coutinho, da GloboNews, chamaram atenção – mas não de uma forma positiva. Ambos estão sendo criticados por falas consideradas equivocadas em relação à tragédia que o estado enfrenta.

Nas redes sociais, em especial, é apontada a falta de conexão de ambos – mesmo em lados completamente diferentes de atuação – com a realidade das pessoas atingidas e o quanto suas colocações expõe o abismo da desigualdade que existe no país. Não entendeu? Calma, leitor e leitora de CAPRICHO, continua aqui com a gente, que vamos explicar tudo o que rolou neste texto.

Na noite de ontem, quarta-feira (15), o governador do RS veio a público pedir desculpas por uma fala sua anterior sobre como o excesso de doações poderia prejudicar o comércio local.

A declaração causou tanto revolta, quanto piadas nas redes sociais:

Continua após a publicidade

 

Em seu pedido de desculpas, ele disse que acabou “misturando” os assuntos, e que a preocupação com os comerciantes gaúchos deve ficar para outro momento.

“Por favor, compreenda, as últimas semanas têm sido brutais, e ninguém, ninguém está livre de errar”, afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), na noite desta quarta-feira (15).

Continua após a publicidade

O pedido foi publicado em seu perfil do Instagram. Assista abaixo:

View this post on Instagram

A post shared by Eduardo Leite (@eduardoleite45)

 

Por sua vez, a jornalista Eliane Cantanhêde, ao tentar se colocar no lugar das vítimas das enchentes, afirmou ter sido “doloridíssimo” para ela quando roubaram suas joias no Natal de 2023. “Eu fico imaginando quem perdeu tudo, suas casas”, afirmou durante participação ao vivo na GloboNews também na noite de ontem, quarta-feira.

Nas redes sociais, alguns disseram que a declaração de ambos – mas, em especial, a da jornalista – se assemelhava com um roteiro do Porta dos Fundos por ser, ao mesmo tempo, cômico e trágico, além de espelhar uma desconexão com a realidade.

Continua após a publicidade

Segundo boletim atualizado da Defesa Civil do Estado, na manhã desta quinta-feira (16), chegou a 151 o número de vítimas dos temporais e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio. Conforme o relatório da Defesa Civil divulgado na manhã desta quinta-feira (16), 104 pessoas estão desaparecidas.

O órgão afirma que são 615,3 mil pessoas desabrigadas. Deste total, 538,1 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 79,4 mil foram acolhidos em abrigos.

Continua após a publicidade

E, só para você ter uma noção da gravidade: este número é superior à população de oito capitais no Brasil, viu?  O governo estima que a população afetada pelo evento climático seja de 2,2 milhões de gaúchos. Dos 497 municípios do RS, 458 registraram transtornos.

Veja aqui como ajudar com doações em dinheiro, suprimentos ou como fortalecer o que já está sendo feito por organizações.
Publicidade