Emily Araújo relembra agressão no BBB17 e diz que não denunciou por medo
Na edição, ela teve um romance com Marcos Halter, que acabou expulso do reality show por agredi-la durante o confinamento.

milly Araújo, 28, revelou em declaração recente ao BBB: O Documentário – Mais que uma espiada, dividido em quatro episódios pela Globo, que não denunciou Marcos Halter à época por medo. Os dois mantiveram um romance dentro do reality e Harter foi expulso do programa por agredir fisicamente e psicologicamente a participante.
“Inclusive, eu não denunciei ele porque achei que teria que vê-lo, ele ia poder tocar em mim de novo. Pra denunciar ele, eu teria que ver ele no tribunal ou em algum lugar. [Não denunciei] por medo. Olha isso, é lógico que a mulher tem direito de uma medida protetiva”, disse.
Na época, a Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou a abrir um inquérito para apurar se houve lesão corporal. Em 2020, circulou nas redes sociais o vídeo do momento em que Emily é atendida por profissionais de saúde dentro do reality; ela mostra hematomas e fala sobre o medo que sentia do participante. Após o atendimento, o programa expulsou Halter.
“Eu nunca aceitei falar sobre isso e ainda tenho medo de falar sobre, porque fui muito atacada por ter sido agredida. Como que isso é possível? Mas aconteceu e eu ainda tenho medo de ser atacada. Isso vai ao ar e eu sou atacada de novo”, completou.
No programa, Emilly ainda lembrou que entrou na casa mais vigiada do Brasil apenas dez dias após a morte de sua mãe e que, vulnerável, encontrou no médico acolhimento e abertura para desabafar, o que se transformou em namoro.
Mas o público pode acompanhar que o envolvimento dos dois passou de “acolhedor” para agressivo rapidamente. “Ele me ofendia muito, me diminuía muito. Ele fazia eu tentar duvidar da minha autoestima… O que eu sentia é que de alguma forma eu tava merecendo aquilo. Ele me beliscada porque eu falava alguma coisa que ele não gostou”, relembrou Emily.

O documentário informa que entrou em contato com Marcos Halter, mas que ele não quis se pronunciar. Nas redes sociais, o médico expôs o pedido de resposta da emissora, a chamando de “Globolixo” e debochou da vitória de Emily que, naquele ano, foi a vencedora do Big Brother Brasil 17.
Discussão sobre a violência contra a mulher pautou aquela temporada e gerou debate público nas redes sociais e na imprensa. A hashtags #meurelacionamentoabusivo surgiu e tanto pessoas anônimas, quanto famosas, compartilharam vivências em relacionamentos nada saudáveis à época.
Emily, em suas redes sociais, publicou o trecho em que fala sobre o assunto e escreveu que “nenhum erro meu ou de qualquer outra mulher justifica merecer ser agredida.”
Segundo relatório mais recente da ONU, globalmente, 85.000 mulheres e meninas foram mortas intencionalmente. Desses homicídios, 60% — 51.000 — foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família.
Isso equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias por seus parceiros ou parentes próximos, ou seja, uma mulher ou menina assassinada a cada 10 minutos no mundo.
Ao presenciar um episódio de agressão contra uma amiga, ligue para 190 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres e a Lei Maria da Penha pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares também, viu?
Também é possível realizar denúncias pelo número Ligue 180 — Central de Atendimento à Mulher, que não só recebe denúncias como também direciona para o atendimento especializado — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Busque acolher quem está precisando de ajuda após um episódio de violência. Apoio de pessoas próximas – desde um abraço, até a ida à delegacia acompanhada – é uma das coisas mais importantes.