Autoria de suástica em sala de aula está sendo investigada pela PUC-SP

Símbolo nazista foi desenhado em sala de aula na última quinta-feira (14) na zona oeste de São Paulo, ao lado de xingamento ao Presidente Lula

Por Mavi Faria 16 ago 2025, 15h49
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m desenho de suástica, encontrado em uma lousa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), está sendo investigado. O caso aconteceu na última quinta-feira (14), em uma sala de aula usada por disciplinas do curso de psicologia do Campus Monte Alegre, localizado em Perdizes, na zona oeste de São Paulo.

Na lousa da sala de aula, o símbolo nazista foi encontrado ao lado de um xingamento ao Presidente da República, Luiz Inácio “Lula” da Silva (PT), que dizia: “Luladrão vai p/ inferno”. Em uma imagem da lousa, compartilhada pela Folha de S. Paulo, também é possível ver as letras “SS” no canto superior direito. A sigla representa o Esquadrão de Proteção (ou Schutzstaffel, em alemão) do regime nazista de Adolfo Hitler.

Segundo a Enciclopédia do Holocausto, a organização começou com o intuito de proteger Hitler e outros membros do partido nazista, mas passaram a ser policiais auxiliares e, por fim, guardas dos campos de concentração. É um esquadrão de elite paramilitar conhecido por ser um instrumento de terror.

Imagem da lousa da PUC-SP em que aparece um desenho de uma suástica nazista, ao lado de um xingamento ao Presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva (PT).
Imagem da lousa da PUC-SP em que aparece um desenho de uma suástica nazista, ao lado de um xingamento ao Presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva (PT). Folha de S. Paulo/Reprodução
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Logo após a repercussão do caso, o Centro Acadêmico de Psicologia da PUC-SP (CAPSI) publicou uma nota de repúdio em seu perfil do Instagram, já que o símbolo foi encontrado em salas muito usadas por aulas da psicologia. Na nota, o Centro relatou ter tido uma reunião com a reitoria, quem “manifestou sua preocupação com a gravidade do ocorrido e nos informou que medidas estão sendo tomadas”. 

O CAPSI também declarou que não iria compartilhar a imagem do ocorrido para “não amplificar a mensagem de grupos extremistas, que se beneficiam justamente da exposição para espalhar ódio e intimidar a comunidade”. 

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Mais tarde, um ofício assinado pela vice-reitora, Carla Reis Longhi, e apurado pela Folha de S. Paulo, indica que ainda no início da investigação foi descoberto que o símbolo foi desenhado logo após a saída de um docente da sala. Carla também afirmou que o caso já foi encaminhado para averiguação do Núcleo de Justiça Restaurativa da Pontifícia, criado neste ano para lidar com casos de descriminação, intolerância e respeito.

Além disso, a vice-reitora garante que o fato “fere frontalmente os valores institucionais da PUC-SP, pautados pelo respeito à diversidade, pela promoção dos direitos humanos e pela construção de uma cultura de paz”, e determina a “imediata instauração de procedimento para apuração da autoria, circunstâncias e eventual responsabilidade relacionadas ao referido ato, com a devida tramitação nos termos das normas aplicáveis”.

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