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Ainda está em dúvida? Veja 5 dicas para escolher um candidato a prefeito

Usando a tragédia do Rio Grande do Sul como base, listamos cinco pontos para se atentar na hora de escolher um candidato ou candidata.

Por Maki de Mingo, especial para a CAPRICHO 4 out 2024, 12h00

É

bem fácil a gente esquecer que o começo desse ano foi marcado por uma gigante tragédia climática que assolou o Rio de Grande do Sul. A não ser, claro, que você more por lá e seja parte da população assolada. O mundo anda rápido e tudo muda numa velocidade impressionante – menos as ações políticas em relação à catástrofe climática.

Não é à toa que as Eleições Municipais 2024 naquele estado vão acontecer com ares de descrença. Algumas cidades mal reconhecem que as campanhas eleitorais estão acontecendo, por conta dos efeitos das enchentes. Outras, têm obras de reconstrução pausadas ou atrasadas por conta dos pleitos eleitorais. 

 

E com as eleições batendo na porta – elas acontecem no próximo domingo, 6 de outubro -, é super importante reforçar a atenção para o que será feito na cidade (e no resto do país), em resposta ao aumento das catástrofes climáticas. 

5 DICAS PARA ESCOLHER O SEU PRÓXIMO PREFEITO

Vamos usar o estado como exemplo para você que ainda está em dúvida sobre em quem votar nessas eleições. Por lá, as promessas de campanha estão focadas na reconstrução da cidade. 

E o desafio é óbvio: não só reconstruir o que foi devastado pela chuva, além da criação de um plano de contingência caso elas ocorram novamente no próximo ano. 

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O que dizem as mídias locais é que o estado vai se tornar o primeiro a ser o mais impactado pelas mudanças climáticas no país – por isso, não é só a população gaúcha que deve se preocupar com o que acontece por lá. Afinal, as dificuldades climáticas podem passar a assolar o resto do país daqui para a frente. 

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Então, aí vão alguns pontos importantes para fazer a diferença nesse cenário no futuro. 

1. Seja cético em relação às promessas

Promessas eleitorais têm o costume de serem exageradas e raramente executadas à risca. Ao analisar a proposta dos candidatos a prefeito ou as pautas defendidas por um vereador, seja cético. Tente analisar essa proposta pensando se ela é de fato executável e se vai trazer benefícios para a população a longo prazo. 

Aqui, vale lembrar que resolver o problema imediato é essencial, mas pensar no futuro, também. 

2.Entenda as prioridades do candidato 

Esse ponto é uma continuação do anterior. Administrar uma cidade está bem longe de ser uma tarefa fácil, mas o papel do prefeito é entender as prioridades do momento e oferecer os recursos necessários para atendê-las. 

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Quer um exemplo? Sebastião Melo (MDB), atual prefeito de Porto Alegre que tenta a reeleição, não repassou recursos para o plano de melhoria do sistema da cidade contra cheias no ano passado. Nos dois anos anteriores, o investimento na área caiu progressivamente até chegar a R$0 em 2023. 

Vamos combinar que chuvas e cheias não são um assunto novo em um país como o Brasil? E considerando as mudanças climáticas, será que essa não deveria ser uma prioridade? 

3.Observe os seus planos de contingência

Mais do que ver a cidade reconstruída, é essencial também entender qual o plano do futuro prefeito caso novas catástrofes ocorram. De nada adianta uma cidade reconstruída se, diante de novas enchentes, milhares de pessoas morrerem e a cidade (além da população) voltar à estaca zero.

Pensar na relocação de moradores de áreas de risco, planos de contenção de deslizamentos, fiscalização frequente e ações que garantam a segurança da população são pontos-chave aqui. 

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4.Procure por ações ambientais

Como andam os planos de reconstituição das matas ciliares (aquela que cerca corpos de água como rios)? A construção de parques, áreas verdes, arborização de áreas urbanas… Tudo isso recai sobre o prefeito e, sim, essa vegetação tem um papel super importante na contenção de cheias e enchentes. 

Ela é responsável por um processo que chama histerese. Isso significa que, quando chove, o solo dessa vegetação absorve parte da água, impedindo que ela escoe diretamente, gerando uma sobrecarga nos rios. O vídeo abaixo deixa esse processo super fácil de entender, olha só: 

@saopaulointerior

Maravilhoso trabalho da ONG Jaguatibaia, que trabalha na recuperação ambiental de áreas estrategicas para garantir o abastecimento hídrico da bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Você pode contribuir com o plantio de árvores pelo projeto Passagem Verde (www.passagemverde.com.br)

♬ som original – São Paulo Interior

Não só de prédios novos e pontes reconstruídas vive uma cidade segura diante da crise climática. A vegetação nativa também tem que ser uma prioridade dos políticos que vão gerir esses espaços. 

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5.Não esqueça do saneamento básico

Outro ponto interessante aqui: as promessas dos candidatos a prefeito em relação ao saneamento básico. Mais especificamente, à coleta e manutenção do lixo produzido pela cidade. 

O lixo deixado na rua pode entupir bueiros e valas que colaboram para o escoamento das águas de chuva. Por isso, um programa que priorize a destinação correta do lixo, principalmente de resíduos sólidos, e o reforço a iniciativas de coleta seletiva e utilização de materiais recicláveis também colabora para esse processo. 

No fim, a gente resume tudo, mais uma vez, no voto consciente. Escolha o seu candidato com sabedoria, priorizando propostas e benefícios para a cidade. Só assim vamos conseguir ver a mudança que queremos. 

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